CULTURA E EDUCAÇÃO

Festival LED debate como recursos inovadores e diversidade vão transformar salas de aula

O primeiro dia do Festival LED – Luz na Educação promoveu ontem um mar de ideias na Praça Mauá, Centro do Rio, à beira da Baía de Guanabara. Hoje, o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR) recebem a segunda parte do evento, a partir das 10h, com nomes como a futurista americana Amy Webb e o economista Eduardo Gianetti.

Todos os eventos estão disponíveis nas redes sociais do Jornal O GLOBO e Valor Econômico, pelo G1, Globoplay, Canal Futura e plataforma Educação 360 e também serão transmitidos ao vivo.

Na abertura de ontem, um superencontro entre a escritora Conceição Evaristo, o rapper Emicida e a professora Angela Figueiredo teve a medição da jornalista da GloboNews Aline Midlej. Na pauta, o papo da hora: como promover uma educação antirracista?

— A educação antirracista precisa partir da atitude de professores, do Estado e de toda a sociedade. Podemos aprender através de cursos, de trocas, mas a Justiça precisa ser o pilar que move essa luta — defendeu Evaristo.

Num encontro sobre arte e educação, a diretora de Educação do Museu de Arte do Rio (MAR), Patrícia Dias, destacou o papel da arte, que tem o poder de “bagunçar coisas”, na educação. Para ela, a produção artística é um instrumento potente de aprendizagem. Num debate, foi lembrado que o funk, por exemplo, pode levar alunos a aprenderem a partir de temas que os mobilizam.

Inovação é plural

Questões éticas, de diversidade e instrumentos inovadores para aprendizagem também foram abordados em “Educação executiva: falácia ou inovação para um futuro transformador?”. O diretor-geral de Pessoas e Cultura da Dasa, Fabio Rosé, analisou que a diversidade não é só uma questão moral ou de comunicação com o consumidor:

— A diversidade é o berço da inovação. Sem a diferença, não há inovação. Não colocar a diversidade educacional e social como papel das empresas é um desperdício .

O Festival LED – Luz na Educação é realizado pela Globo e pela Fundação Roberto Marinho em parceria com a plataforma “Educação 360 – Conferência Internacional de Educação”, da Editora Globo, com patrocínio de Invest.Rio e apoio do Coppead. Segundo seus organizadores, o evento é um dos três pilares do Movimento LED. Os outros dois são promover iniciativas na educação e a relação contínua com a comunidade.

— Nada mais simbólico do que estar no Museu do Amanhã para debater a educação do futuro. Faz parte da missão do Grupo Globo a educação como vetor de transformação. O Movimento LED é um movimento pioneiro em iniciativas inovadoras do país, em parceria com a Fundação Roberto Marinho e a Editora Globo — observou Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo.

A promoção da Editora Globo é feita através da Plataforma Educação 360, criada para mapear de forma ampla projetos educacionais pelo país, em parceria com iniciativas dos canais Globo.

— Tenho orgulho de promover a Plataforma Educação 360. O espírito do movimento LED é justamente a editora se juntar ao movimento para dar sentido de organização. Nossa proposta é criar um hub de soluções educacionais — observa Alan Gripp, diretor de redação do GLOBO.

A importância do investimento na educação por parte de instituições públicas e privadas foi discutido sob dois aspectos: quais são os meios necessários para o desenvolvimento de projetos sustentáveis voltados para jovens e adultos e como criar estímulos para que as ideias dos beneficiados saiam do papel e transformem o ambiente escolar.

— A escola tem que trabalhar as exigências da academia, mas precisa olhar para as tendências do mercado de trabalho. No pós-pandemia, é fundamental desenvolver uma boa relação socioemocional com os alunos, espírito de cidadania e a base curricular. Isso pode ser feito com ajuda de instituições e profissionais empenhados — afirmou Duda Falcão, idealizadora da Escola Eleva.

Pobreza vai para museu

Outro ponto crucial é aproveitar a criatividade de alunos e das comunidades para estimular o empreendedorismo. Um estudo inédito do Banco Mundial mostrou que a criança brasileira nascida em 2019 deve alcançar em média apenas 60% de seu potencial capital humano ao completar 18 anos. Isso significa que, em média, 40% de todo o talento brasileiro é desperdiçado. Para nadar contra essa maré, Eduardo Lyra criou o projeto Favela 3D (Dignos, Digitais e Desenvolvidos), que vai transformar a pobreza da favela em museu.

— A ideia é fazer o museu antes de o Elon Musk colonizar Marte — brincou Lyra.

A historiadora e produtora de conteúdo Giovanna Heliodoro, a ativista indígena Sâmela Sateré Mawé e o digital influencer Raphael Vicente lembraram que a internet pode ter um papel fundamental na inclusão da população negra, indígena, periférica e LGBTQIAP+.

— A internet é uma ferramenta de luta, resistência e proteção. Nossos ancestrais lutaram com as armas que tiveram para hoje a gente ter educação — disse Sâmela.

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