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Fluminense encontra Flamengo no topo com um terço do orçamento, mas ainda busca mesma regularidade

A hegemonia do Flamengo no cenário nacional deixou os rivais locais para trás nos últimos anos, mas o incomodo provocado pelo Fluminense no contexto regional agora também se vê na disputa das principais competições. Com menos de um terço do orçamento bilionário do Flamengo, e uma competição a menos em disputa, o time tricolor desafia o protagonismo rubro-negro na Copa do Brasil, competição em que ambos estão na semifinal, e no Brasileiro, em que é vice-líder, na frente do Flamengo, mas atrás do Palmeiras.

Desde que o Botafogo foi às quartas de final da Libertadores, em 2017, o Flamengo tem sido o melhor carioca em todas as competições nacionais e internacionais. Mais do que ganhar os títulos, o rubro-negro passou a ter como filosofia básica disputá-los em todas as temporadas. E mesmo sem conquistas relevantes em 2021, somou mais de R$ 1 bilhão de receita, incluídos volumosas premiações pelas campanhas nas três principais competições, que alavancaram também receitas de bilheteria, sócio-torcedor e patrocínios.

O sucesso do Flamengo, como se sabe, se deu após o clube se organizar financeiramente e investir pesado em 2019, a partir de anos de pagamento de dívidas e posteriormente com a venda milionária de alguns jogadores, como Vinicius Junior, Paquetá e outros tantos nos últimos anos. Esta segunda parte o Fluminense já faz muito bem, mas não é ainda um grande comprador. Também não é presença constante na disputa de títulos. Sendo assim, mudou a estratégia de uso dos jovens de Xerém para formar um time mais cascudo em 2022. Sob o comando de Fernando Diniz, tem aliado desempenho e resultado este ano.

Fora de campo, o clube cresceu muito em arrecadação na gestão do presidente Mário Bittencourt. Foram pagos em torno de R$ 276 milhões em dívidas em três anos. As vendas de Luiz Henrique para o Real Betis e a possível saída de Matheus Martins para o Watford ainda são necessárias para equilibrar um fluxo de caixa apertado, de um elenco que tem folha salarial 20% mais cara do que na temporada anterior. O maior volume de receita com marketing também conta a favor. Em 2019, o Fluminense tinha 31 contratos comerciais, que somados rendiam R$ 9 milhões, na soma. Em 2022, tem 28 contratos comerciais que somam R$35 milhões.

No Flamengo, o freio nos investimentos foi forte no período crítico da pandemia, que quando deu uma trégua, foi em momento no qual o clube se deparou com uma possibilidade de penhora de cerca de R$ 140 milhões do Banco Central. Passada a tempestade e as vitórias judiciais para reduzir o valor a R$ 10 milhões, a diretoria retornou ao mercado e gastou neste meio do ano quase R$ 90 milhões em quatro contratações internacionais. A principal delas Éverton Cebolinha, que custou 16 milhões de euros ao Benfica, além de Pulgar, Varela e Vidal. A formação de um elenco mais experiente é tônica desde 2019, mas há espaços para jovens se desenvolverem. Fora de campo, o marketing aportou ao clube R$ 623 milhões em 2019, R$410 milhões em 2020 e R$ 766 milhões em 2021.

O grande ponto é que, desde 2017, quando começou a brigar por todas as competições, o Flamengo acumula 13 treinadores. Mesmo nos melhores momentos, como com Jorge Jesus, não conseguiu emplacar duas temporadas sob o mesmo trabalho. As apostas em estrangeiros também ficaram pelo caminho, com Dome e Paulo Sousa, e a solução passou não só pela chegada de um treinador capaz de ler melhor o elenco, mas pela própria reformulação do grupo, que ocorre de forma gradual desde o começo desta temporada.

A correção na rota com a chegada de Dorival Júnior e o encerramento de alguns ciclos, sobretudo dos Diegos, Alves e Ribas, dão o tom de que o Flamengo está disposto a cortar na própria carne para retomar o caminho das conquistas. No Fluminense, foram dez trabalhos no mesmo período de seis anos, mas duas passagens de Abel Braga, e duas de Fernando Diniz, contando com a atual. Dois dos técnicos com identificação com o clube, mas visões distintas de modelo de jogo. Nenhum estrangeiro ou treinador da moda entre os conhecidos, mas a maioria nomes menos modernos, como Marcelo Oliveira, Oswaldo de Oliveira, e outros mais novatos como o próprio Diniz, Odair Hellmann, Roger Machado e até mesmo Marcão, que segue como auxiliar.

Embalado, o Fluminense volta a campo amanhã pela semifinal da Copa do Brasil, no primeiro jogo diante do Corinthians, no Maracanã. André, com febre, inspira cuidados, mas não deve ser problema para Diniz. No Flamengo, que encara o São Paulo amanhã pela semifinal da Copa do Brasil, a equipe se reapresentou após empate dos reservas diante do Palmeiras, e vai com força máxima para o duelo com o clube paulista. As principais mudanças serão os retornos do quarteto de ataque, formado por Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Gabi e Pedro. Os volantes Thiago Maia e João Gomes, que atuaram contra o Palmeiras, também devem ser mantidos. Nas laterais, também voltam Rodinei e Filipe Luís. E David Luiz, que jogou pelo Brasileiro pois estava suspenso no mata-mata, agora segue na equipe e terá novamente a companhia de Léo Pereira, preservado no fim de semana.

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