Eleições 2022: Alerj terá duas deputadas LGBTQIA+, 15 mulheres e 22 negros

A professora da Escola de Comunicação Social da UFRJ, doutora em ciência da literatura, roteirista e dramaturga Dani Balbi (PCdoB) é a primeira transexual eleita na história da Alerj. Lésbica e preta, Verônica Lima (PT) também foi escolhida e promete ser, acima de tudo, “uma lutadora do povo”:
— Vou batalhar por políticas públicas que garantam dignidade e oportunidade para todos e todas, como já fiz como vereadora em Niterói, atuando na defesa da vida das mulheres, da população negra, da juventude e de toda a população que mais precisa. Vamos lutar por emprego, renda, comida no prato, cultura, serviços públicos de qualidade e segurança para todos e todas.

A renovação da Casa será de quase 50%. Do total de deputados que assumirão em fevereiro, 32 (45,7%) são novatos, embora vários sejam parentes de políticos ou já tenham exercido cargos públicos no Executivo e no Legislativo. O mascote da Casa tem apenas 24 anos, mas chega com um sobrenome de peso: o estudante Andrezinho Ceciliano (PT) é filho do atual presidente da assembleia, André Ceciliano (PT), que concorreu ao Senado.

Aliás, sobrenome foi fundamental para levar Danielle Monteiro (PL) ao seu primeiro mandato. Ela é irmã do ex-vereador cassado Gabriel Monteiro, que teve sua candidatura indeferida. O político, com uma lista de acusações, conseguiu eleger até o pai para a Câmara dos Deputados.

’Trincheira de resistência’
Com 17 deputados, o PL terá a maior representação partidária na nova Alerj, seguido por União Brasil (oito) e PT (sete). O PSD, do prefeito Eduardo Paes, conseguiu fazer seis parlamentares, incluindo três ex-secretários municipais: Cláudio Caiado (Habitação), Guilherme Schleder (Esportes) e Eduardo Cavaliere (Meio Ambiente). O PSOL se manteve com cinco cadeiras.

Reeleito, o governador Cláudio Castro (PL) não deve encontrar barreiras no Legislativo: sua base tem pelo menos 50 deputados. Mas, a despeito de o Parlamento ser conservador, o deputado Carlos Minc (PSB) acredita que haverá “uma boa trincheira de resistência contra retrocessos na Alerj”.

— A esquerda não diminuiu na nova Alerj. O PT passou de três para sete deputados. E, no bloco de apoio ao governo, nem todos os eleitos são bolsonaristas. Não vejo a assembleia aprovando facilmente grandes retrocessos ambientais e comportamentais — analisa Minc, que é o deputado com mais mandatos na Casa (entrará no décimo).
Deputado mais votado, Márcio Canella (União), com 181.274 votos, anunciou ontem que vai disputar a presidência da Alerj. Ele diz que seu perfil de conciliador e sua votação expressiva o tornam um candidato natural:
— Vou conversar com todos os deputados independentemente de linha ideológica.

Mas ele tem concorrentes: Rodrigo Bacellar (PL), Jair Bittencourt (PL) e Tia Ju (Republicanos).
Os políticos que permanecem na Casa
A nova legislatura estadual terá 38 deputados reeleitos. No atual mandato, 15 decidiram disputar outros cargos, e quatro optaram por não ir às urnas: Eliomar Coelho, Anderson Alexandre, Sergio Louback e Luiz Martins. Se, por um lado, Márcio Canella foi o mais votado, o desempenho de outro reeleito chama atenção. Rodrigo Amorim (PTB), mais votado em 2018 (140.666), desta vez teve 47.225 votos. O mais votado foi Giovani Ratinho (Solidariedade), com 33.416 votos.

Conheça, a seguir, a lista dos que terão mais quatro anos na Alerj: Márcio Canella (União Brasil); Renata Souza (PSOL); Rosenverg Reis (MDB); Dr. Serginho (PL); Rodrigo Bacellar (PL); Daniel Librelon (Republicanos); Jair Bittencourt (PL); Filippe Poubel (PL); Valdecy da Saúde (PL); Samuel Malafaia (PL); Flávio Serafini (PSOL); Val Ceasa (Patriota); Bruno Dauaire (União Brasil); Tia Ju (Republicanos); Fabio Silva (União Brasil); Carlos Macedo (Republicanos); Martha Rocha (PDT); Lucinha (PSD); Brazão (União Brasil); Carlos Minc (PSB); Gustavo Tutuca (PP); André Correa (PP); Anderson Moraes (PL); Márcio Gualberto (PL); Zeidan (PT); Leo Vieira (PSC); Dani Monteiro (PSOL); Célia Jordão (PL); Rodrigo Amorim (PTB); Doutor Deodalto (PL); Doutor Pedro Ricardo (Pros); Dionisio Lins (PP); Luiz Paulo (PSD); Franciane Motta (União Brasil); Filipe Soares (União Brasil); Chico Machado (Solidariedade); Jorge Felippe Neto (Avante) e Giovani Ratinho (Solidariedade).