Após baixaria de Roberto Jefferson surge onda de defesa para Cármem Lúcia
As ofensas do ex-deputado Roberto Jefferson à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), provocaram uma onda de indignação, em vários setores da sociedade, devido à baixeza do ataque. Irritado com a decisão da magistrada de acompanhar os votos do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e dos ministros Ricardo Lewandowski e Benedito Gonçalves pela punição à TV Jovem Pan — denunciada por fazer uma cobertura parcial a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) —, o cacique do PTB comparou-a a uma “prostituta” e disparou outras agressões verbais desqualificantes.
Alexandre de Moraes emitiu nota salientando a “covarde e abjeta agressão desferida contra a ministra”. “O Tribunal Superior Eleitoral (…) tomará todas as providencias institucionais necessárias para o combate à intolerância, à violência, ao ódio, à discriminação e à misoginia que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da democracia, que tem, historicamente, em nossa ministra uma de suas maiores e intransigentes defensoras”, destacou.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve entrar, amanhã, com um pedido de revogação da prisão domiciliar de Jefferson por causa das ofensas à ministra. O petebista há tempos tenta tumultuar o processo eleitoral e teve a candidatura presidencial negada — foi substituído por Padre Kelmon, até então o vice na chapa.
Já o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, encaminhou um ofício ao presidente da seccional do Rio de Janeiro para que sejam tomadas providências contra Jefferson, que tem inscrição ativa na na OAB-RJ. O pedido é para instauração de um processo ético contra o ex-deputado. “O advogado, ao fazer referência à um voto da ministra no âmbito no TSE, a atacou gravemente, fato que revela violação a deveres consignados no Estatuto da Advocacia e da OAB, bem como no seu Código de Ética e Disciplina”, observou.