Chico Buarque receberá Prêmio Camões de 2019 durante turnê em Portugal, no ano que vem
O cantor e compositor Chico Buarque se prepara para uma turnê por Portugal em 2023, e aproveitará a ocasião para receber o Prêmio Camões com o qual foi distinguido em 2019. A informação foi publicada pelo site do jornal português “Público”. Originalmente, a cerimônia de entrega do prêmio estava marcada para 25 de abril de 2020, dia da Revolução dos Cravos, mas acabou adiada por duas vezes por causa da pandemia.
Criado em 1988 pelos governos brasileiro e português para destacar autores de língua portuguesa, o Prêmio Camões de Literatura tem o valor de 100 mil euros, divididos entre os dois países. Por conta do revezamento entre os países, a cerimônia de premiação a Chico deverá ser feita em Portugal.
Tradicionalmente, os presidentes das duas nações assinam o diploma, mas em 2019, quando foi anunciado que a honraria iria para o cantor e escritor, Jair Bolsonaro (PL) se recuou a assinar. Na época, o presidente afirmou que a assinatura do documento não estava entre suas prioridades. “Eu tenho prazo? Então 31 de dezembro de 2026, eu assino”, afirmou, supondo a vitória em um segundo mandato.
A falta de assinatura de um dos presidentes não impede a entrega do prêmio — o artista, inclusive, já recebeu o valor de 100 mil euros a que tem direito. Após a fala do presidente, Chico respondeu através de sua conta no Instagram. “A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo Prêmio Camões”, escreveu.
Chico Buarque é um dos mais notórios apoiadores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva — seu pai, o historiador, sociólogo e escritor Sérgio Buarque de Holanda, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Em sua passagem por Portugal, encerrada neste sábado (19), Lula prometeu voltar ao país no ano que vem para entregar o Prêmio Camões a Chico.
Chico foi o 13º autor e último entre os brasileiros a levar o prêmio. Em suas 33 edições, o Camões contemplou nomes como Antonio Lobo Antunes, Mia Couto e José Saramago, além dos brasileiros Jorge Amado, Autran Dourado, João Cabral de Mello Neto, Rubem Fonseca, João Ubaldo Ribeiro, Ferreira Gullar, Alberto Costa da Silva e Raduan Nassar.