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Cotado para o lugar de Tite, Ancelotti é multicampeão como técnico, mas não tem experiência com seleções

Com a confirmação do fim do ciclo de Tite no comando da seleção brasileira, diversos nomes surgiram entre os cotados para substituí-lo. De estrangeiros, como os portugueses Jorge Jesus (ex-Fla) e Abel Ferreira, do Palmeiras, a brasileiros como Cuca e Dorival Junior, que acabou de conquistar a Copa do Brasil e a Libertadores com o Flamengo. Em comum, o fato de terem forte ligação com o futebol brasileiro. Mas um nome diferente surgiu nesta segunda e ofuscou os demais: Carlo Ancelotti.

Aos 63 anos de idade e 27 de carreira, o italiano pode não ter nenhum vínculo com o futebol brasileiro. Mas é um velho conhecido daqueles que acompanham o futebol internacional. Trata-se de um dos nomes mais vencedores entre clubes na atualidade. Mas sem experiência com seleções.

Ancelotti seguiu o caminho mais comum do futebol. Iniciou a carreira como jogador (foi meio-campista com passagens por Parma, Roma e Milan) e, em seguida, trocou de lado e virou treinador. Mas não um qualquer. Acumula nada menos 24 títulos ao longo da carreira. Ou seja, praticamente um por ano. Destes, quatro são Liga dos Campeões da Europa (duas com o Milan, em 2002-03 e 2006-07; e outras duas com o Real Madrid, em 2013-14 e 2021-22).

Ele possui no currículo cinco títulos nacionais. E é dono de um feito exclusivo. É o único treinador no mundo a ter conquistado as cinco principais ligas europeias. Ganhou a Serie A italiana (com o Milan, em 2003-04), a Premier League (com o Chelsea, em 2009-10), a Ligue 1 (com o PSG, em 2012-13), a Bundesliga (com o Bayern de Munique, em 2016-17) e a La Liga (com o Real Madrid, em 2021-22). Pelo sucesso neste último ano com o clube espanhol, foi escolhido pela Fifa como o melhor técnico da temporada.

Se não possui experiência com seleções, por outro Ancelotti conta com a vantagem de saber trabalhar como poucos com estrelas. Já treinou Cristiano Ronaldo, Karim Benzema, Kaká, Ronaldo Fenômeno, Robert Lewandowski, entre outros. Com alguns, a relação foi melhor do que com outros. Mas definitivamente ele é visto como um profissional que sabe lidar com egos e vaidades muito grandes.

Quem o conhece bem é Vinicius Junior, seu comandado no Real Madrid. Recentemente, o atacante chegou a compará-lo com Tite. Um detalhe: o agora ex-técnico da seleção nunca escondeu que tem no italiano uma referência.

– Acredito que a semelhança é mais no lado humano, de ter consciência do que é o melhor para o jogador, para nós do elenco. E entregar tudo muito fácil para a gente para o jogo, para ter várias opções em campo, não só o improviso. Isso é importante – afirmou Vini Junior em entrevista coletiva na Copa do Catar.

Contato iniciado

O interesse no treinador foi revelado pelo portal “Uol” nesta segunda-feira, e confirmado pela reportagem do GLOBO. Fontes que dialogam com a empresa CAA Base, responsável por conduzir a negociação do técnico com o Real Madrid, confirmam que há conversas em andamento.

A CBF, por sua vez, nega qualquer procura ainda. A reportagem também fez contato com representantes do técnico, mas não houve retorno até a publicação. Confira a nota da CBF:

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vem a público reiterar que o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, não nomeou ou autorizou qualquer pessoa da confederação (vice-presidentes, diretores, executivos ou funcionários) ou de fora da confederação (presidentes de federação ou dirigentes de clubes) a procurar, em nome da Presidência, qualquer treinador ou profissional do futebol para a composição da equipe que irá trabalhar junto à Seleção Brasileira Masculina de Futebol, com foco na classificação para a Copa do Mundo de 2026. A CBF também desautoriza qualquer pessoa a falar em nome da entidade sobre o assunto.

Em nota divulgada no dia 17 de novembro, a posição oficial da CBF já havia sido informada: o anúncio do novo treinador e da comissão técnica só será feito em janeiro de 2023. A CBF reforça, ainda, que Ednaldo Rodrigues irá tratar de todo o processo de escolha com seriedade, isenção e tranquilidade, ou seja, sem considerar pressões. Tudo será conduzido de forma responsável e com clareza, seguindo as diretrizes de sua gestão, com o objetivo máximo de fazer o melhor para o futebol brasileiro nos próximos anos.

– Não falo nem com os meus familiares sobre esse assunto. Por isso, nenhum dirigente ou funcionário da CBF está autorizado a falar do futuro da Seleção. Quem falar sobre isso, não estará dizendo a verdade, além de causar danos ao trabalho da imprensa e levar desinformação aos torcedores. Isso é um desrespeito. Todo o processo será feito com total isenção, tempo e estudo necessários – afirmou Ednaldo Rodrigues.

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