Fiocruz: síndrome respiratória por Covid-19 está em queda no Brasil
A nova edição do boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada nesta quinta-feira, mostra que os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) estão em queda no Brasil. Embora a Covid-19 ainda represente a maioria dos agravos por infecções respiratórias, a presença caiu de 71,3% dos casos, no fim de janeiro, para 61,7% na última atualização.
O relatório, no entanto, destaca um leve aumento nos casos de SRAG provocados por Influenza A (gripe) no Estado do Amazonas. Devido ao baixo volume, os pesquisadores responsáveis pelo boletim afirmam que ainda não há como saber se são casos esporádicos ou o início de uma temporada de gripe.
“Como apareceram alguns casos de Influenza e a gente não estava observando esse vírus nas atualizações recentes, é importante manter a atenção, embora não represente um surto. Até o momento, são alguns poucos casos”, explica o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, em comunicado.
A análise do boletim tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde, até o dia 6 de fevereiro. Gomes destaca que, no geral, o cenário é positivo para as SRAGs em todo o país, com a tendência de queda no curto e longo prazo (últimas três e seis semanas).
Na faixa etária de 0 a 4 anos, o vírus sincicial respiratório (VSR), que causa bronquiolite infantil, ainda mantém presença expressiva especialmente no Espírito Santo, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, e nos três estados da região Sul. Porém, apenas o Distrito Federal aponta para manutenção de patamar elevado de SRAG nessa faixa etária – os demais já apontam para redução ao longo do mês de janeiro.
Considerando todas as faixas etárias, nas últimas quatro semanas, a prevalência dos casos de SRAG associados à Covid-19 foi de 61,7%. No levantamento anterior, o percentual estava em 71,3% – o que mostra o recuo em relação ao impacto da doença nas internações. Enquanto isso, 24,8% foram causados pelo VSR.
Outros 1,3% dos casos foram associados ao Influenza A, e 1,1% ao Influenza B – ambos causam a gripe. Entre os óbitos, os percentuais foram de 91% para o novo coronavírus; 5% para o VSR e 2% para o Influenza A e 0,5% para o Influenza B.