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Gastroenterite: casos da infecção em crianças cresce no Brasil, alerta pediatra; saiba os riscos e como tratar

Algumas cidades do Brasil estão enfrentando surtos de gastroenterite viral e as crianças podem ser muito afetadas por este problema de saúde, alerta o pedriatra e colunista do GLOBO Daniel Becker. Essa doença causa uma inflamação aguda do revestimento do estômago e dos intestinos.

No Sul do país, como ocorreu no litoral de Santa Catarina, alguns casos estão associados à infecção pelo Norovírus, um patógeno transmitido por meio de alimentos e água contaminados ou através do contato com outras pessoas contaminadas — o que pode favorecer seu espalhamento em creches e escolas. Já no Nordeste, o alerta é para a “virose da mosca”. Os insetos podem carregar uma série de vírus em suas patas e depositá-los em comidas (como frutas) e até mesmo na água, gerando a contaminação.

A prevenção da gastroenterite é feita pelos cuidados higiênicos no preparo dos alimentos — tudo o que for consumido com casca deve ser lavado — e especialmente, pela boa lavagem das mãos. Além disso, deve-se consumir apenas água mineral ou filtrada e fervida.

Os principais sintomas da gastroenterite são:

  • Febre, que pode ser muito alta no 2º e 3º dia de infecção, mas que depois costuma arrefecer;
  • náusea e vômitos;
  • diarreia com dores na barriga;
  • falta de apetite;
  • erupções na pele ao final da infecção.

 

Segundo Becker, é muito importante reforçar a hidratação da criança durante o período da infecção, já que ela perde muito líquido por meio dos vômitos e da diarreia, além da transpiração. O pediatra orienta oferecer água a cada 15 a 30 minutos. Podem ser ofertados também água de coco, suco diluído, soro caseiro ou soro hidratante comercial. Não se deve oferecer bebidas esportivas (como isotônicos) nem refrigerantes.

— Normalmente a aceitação é boa. Se a criança não aceita, pode ser sinal de doença mais grave, e é bom levar para o atendimento hospitalar — recomenda o especialista.

São sinais de desidratação:

  • Olhos sem brilho ou fundos;
  • prostração;
  • sonolência ou irritabilidade;
  • boca seca;
  • saliva espessa;
  • pele seca e sem elasticidade (quando beliscada na barriga, demora a voltar ao normal);
  • redução na frequência e volume da urina;
  • nos bebês, a moleira pode ficar persistentemente baixa.

 

— Bebês pequenos, abaixo de seis meses, são mais sensíveis à desidratação. Devem ser amamentados em livre demanda, tomar soro caseiro, mas é fundamental consultar o pediatra ou levar para o atendimento médico. Para os que usam fórmula também é preciso verificar se o pediatra propõe alguma mudança — pontua Becker.

Alimentação

 

Becker afirma que é normal a criança não querer se alimentar enquanto enfrenta uma gastroenterite. Ele recomenda oferecer ao pequeno a quantidade de comida que conseguir comer: não precisa forçar, depois de recuperada, a criança volta a comer normalmente.

A canja é o melhor prato para estes tipos de situação, afirma o médico. O caldo hidrata, o alho e a cebola têm ação anti-infecciosa e “limpam” o intestino, o arroz e a cenoura são carboidratos e dão energia, e o frango é uma proteína simples e de fácil absorção pelo corpo. Para crianças vegetarianas e veganas, a canja pode ser feita com tofu.

Neste período, é importante evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, como biscoitos, salgadinhos, iogurtes, sucos de caixinha e miojo, por exemplo. Alimentos muito fibrosos, como as folhas verdes, também devem ser evitados. Frutas como maçã, banana, melancia e goiaba são indicadas.

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