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Caso Madeleine: Polícia descarta possibilidade de jovem polonesa ser britânica desaparecida em 2007

A polícia polonesa disse, nesta quinta-feira, que descarta a possibilidade da jovem Julia Wendell, de 21 anos, ser a britânica Madeleine McCann, que desapareceu em 2007 enquanto passava as férias com os pais em uma praia de Portugal. Wendell ficou conhecida após iniciar uma campanha neste mês nas redes sociais para provar ser ela a menina inglesa.

Após as alegações da jovem viralizarem, seus familiares entregaram uma série de documentos, entre eles a certidão de nascimento de Julia Wendell, à Sede da Polícia da Breslávia.

— As ações realizadas pelos policiais nesta fase contradizem a versão apresentada por esta mulher. As atividades estão em andamento, mas já se pode descartar que essa versão seja verdadeira — disse o porta-voz da polícia Paweł Noga ao portal polonês Gazeta.

Até o momento, a polícia britânica e os representantes da família de Madeleine McCann não se pronunciaram oficialmente sobre as alegações da polonesa. Julia Wendell, que se identifica nas redes sociais pelo sobrenome Faustyna, chegou a afirmar que os pais da britânica, Gary e Kate, aceitaram se submeter a um exame de DNA.

Os próprios pais de Julia Wendell, no entanto, se negaram a realizar o procedimento. Em nota divulgada nesta quinta-feira pelas redes sociais, a família da polonesa se disse “devastada” pelas declarações de Julia e afirmou que a jovem sempre desejou “ser popular”

Os familiares da polonesa alegam no texto já terem recebido ameaças dela e sugerem que Julia Wendell sofre de problemas mentais. “Sempre tentamos entender todas as situações que aconteceram com Julia. Numerosas terapias, medicamentos, psicólogos e psiquiatras foram tudo o que Julia teve”, diz a nota publicada nas redes sociais da Organização Não Governamental polonesa “Desaparecidos anos atrás”.

“Para nós como família é óbvio que a Julia é nossa filha, neta, irmã, sobrinha, prima e sobrinha enteada. Temos memórias, temos fotos (…) Julia também possui essas fotos porque as tirou da casa da família junto com sua certidão de nascimento, além de inúmeros registros hospitalares “, diz ainda o texto.

A polonesa ficou conhecida após abrir na semana passada uma conta no Instagram com o nome de @iammadeleinemcann (Eu sou Madeleine McCann, em inglês). Através do perfil, ela passou a publicar vídeos e montagens em que comparava traços físicos seus aos da jovem britânica desaparecida aos 4 anos. Em pouco tempo, Julia Wendell conquistou milhares de seguidores nas redes.

Na nota, os familiares da polonesa apontaram que esta pode ter sido a real motivação da jovem ao iniciar a campanha para provar ser ela a britânica. “Julia já quis ser cantora, modelo. Ela sempre quis ser popular. O que está acontecendo agora deu a ela 1 milhão de seguidores. Temos medo de que Julia carregue o inevitável. A Internet não esquece, e é óbvio que Julia não é Maddie”, diz o texto.

A principal hipótese sobre o destino de Madeleine apresentada pelos que investigaram o caso é a de que ela foi morta. O suspeito do crime foi identificado pelas autoridades da Alemanha em 2020 como sendo Christian Brueckner, um alemão que já se encontrava preso por ter estuprado uma turista americana de 72 anos na Praia da Luz, em Portugal. O crime aconteceu no mesmo local e apenas dois anos antes do desaparecimento da menina britânica.

As autoridades portuguesas corroboraram a linha de investigação dos promotores alemães e também declararam Brueckner como o principal suspeito do crime. Registros telefônicos identificaram, por exemplo, que o suspeito esteve perto do complexo hoteleiro onde Madeleine desapareceu.

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