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Ano letivo começa com 22 mil vagas de estágio abertas no país. Veja como se destacar

O carnaval passou, as aulas recomeçaram, e as empresas voltam a selecionar para vagas de estágio. Dados do portal Empregos.com.br mostram que o ano letivo começou com 22 mil oportunidades para estudantes de níveis superior, médio e técnico em todo o país — um crescimento de 175% na oferta em relação ao mesmo período de 2022, quando havia oito mil chances de estágio abertas.

— O estágio é o aprendizado prático de competências necessárias para o exercício de determinada profissão. E justamente por ser um período de aprendizado, pequenos erros podem ocorrer — explica a gerente da plataforma Tábata Silva, ressaltando que o importante é aprender com esses erros: — Seus líderes compreenderão melhor se virem sua disposição em fazer algo para superar esses obstáculos.

Por essas características, Carlos Henrique Mencaci, presidente da Associação Brasileira de Estágios (Abres), recomenda aos estudantes buscarem uma oportunidade desde o primeiro período na instituição de ensino:

— Assim, há mais chances de encontrar aquela vaga ideal e se desenvolver profissionalmente desde o início, enriquecendo não só o currículo, mas também as competências desse talento. Com o decorrer dos anos de formação, os gostos podem ir mudando, e o estágio é uma possibilidade de experimentação na carreira desejada até encontrar a área ideal para o perfil do estudante.

Além das áreas de interesse, o estudante pode guiar sua escolha por um estágio buscando conhecer programas disponíveis no mercado. Muitas vezes, grandes empresas, principalmente, têm programas bem estruturados, que reservam parte da carga horária do estagiário à capacitação e à mentoria, e até divulgam quais as chances de efetivação.

Como buscar uma vaga

Na internet, há plataformas que facilitam o trabalho do interesse em estagiar reunindo vagas oferecidas por diversas empresas.

— Atualmente, existem vários agentes de integração, responsáveis por atuar como ponte entre empresas e estagiários. O melhor canal é por meio do site dos agentes integradores, como nós (da Mudes), que disponibilizamos vagas de estágio em diversas áreas de atuação — Cíntia Bueno, superintendente de Recursos Humanos da Fundação Mudes.

Nessas ferramentas, geralmente, há formulários pré-formatados para serem preenchidos pelos candidatos com suas informações pessoais e profissionais. Mas existem ainda outros caminhos para se candidatar a uma vaga. Murais de escolas técnicas e de universidades costumam ter anúncios e, por isso, é importante sempre ter um currículo preparado para enviar a processos seletivos independentes de empresas.

O currículo deve ser feito em uma página, de forma objetiva. Precisa conter, é claro, informações pessoais e contato: nome, nacionalidade, estado civil, idade, endereço, telefone e e-mail. Em uma segunda etapa, os dados profissionais.

Para vagas de estágio, além da formação em andamento e da instituição de ensino, é importante destacar conhecimentos técnicos adquiridos, como utilização do Pacote Office. Caso saiba algum idioma, destacá-lo será um grande diferencial.

Não ter experiência profissional é algo natural no início da carreira. Por isso, fazer cursos de capacitação e trabalhos voluntários podem ajudar a preencher este documento no futuro. Citar um trabalho em grupo na faculdade também é uma saída para impressionar. Mas atenção: Carlos Henrique Mencaci ressalta que é imprescindível personalizar o currículo de acordo com a vaga pretendida e os requisitos. Ou seja, só devem ser colocadas informações que agreguem ao futuro exercício profissional.

Foi chamado para uma entrevista?

Após a análise de currículos, a realização de entrevistas com os candidatos que se destacaram é a etapa mais comum dos processos seletivos. Antes desse momento, é importante que o estudante estude características da empresa contratante.

— Tenha claro para você mesmo o que pretende com o estágio, como você aproveitará a chance de praticar o que está aprendendo em sala de aula e contribuir com novas ideias, e que habilidades profissionais você quer desenvolver. E, por fim, estude sobre a empresa. Não saber o básico como o mercado onde atua e o que faz/vende pode demonstrar desinteresse e eliminar o candidato do processo — orienta Tábata Silva.

As empresas também avaliam se o candidato combina com a cultura da empresa. Neste mês, a Vivo recebe 400 novos estagiários em seus escritórios espalhados por 16 cidades do país. Para escolher entre os 26 mil inscritos, a companhia procurou estudantes inquietos, curiosos, antenados e colaborativos.

— Estamos construindo aqui na Vivo o que chamamos de Cultura Digital Colaborativa com quatro norteadores culturais (Curiosidade, Atitude Digital, Abertura e Fazer Acontecer com Responsabilidade) que são a nossa bússola e que nos levarão rumo às mudanças e aos novos comportamentos que nossos colaboradores precisam ter para chegarmos lá. Portanto, aqui na Vivo, ser curioso, ter atitude digital, ser aberto e fazer acontecer com propósito são características muito importantes e valorizadas em todos os cargos — aponta Niva Ribeiro, VP de Pessoas da Vivo.

Empresas efetivam de 40% a 60%

De acordo com dados da Abres, entre 40% e 60% dos estagiários no Brasil são efetivados. De acordo com Niva Ribeiro, o programa de estágio da Vivo tem objetivo e propósito de formar o futuro profissional da empresa:

— Durante o programa, a Vivo incentiva que o estagiário faça o acompanhamento de vagas do recrutamento interno, em busca de boa oportunidade para sua efetivação. Há, ainda, o banco de talentos dos estagiários no qual são oferecidas vagas de analista júnior. E os estagiários podem acompanhar, via grupo interno no Workplace, as vagas que são disponibilizadas, nas quais eles também podem passar pelo processo seletivo. E aquele estagiário que não conseguir ser efetivado pode, sim, participar de outros processos seletivos da Vivo — diz.

Cíntia Bueno, da Mudes, ressalta que formar seu futuro profissional é a postura de uma empresa séria, que não procura no estagiário apenas uma mão de obra. Por isso, nessas companhias, geralmente, os estagiários têm tutores lhes acompanhando de perto e o canal de comunicação é aberto.

— O momento do feedback ao estagiário depende de cada empresa. O recomendável é que não seja somente ao término do contrato de estágio e sim durante toda a sua jornada. Demonstrar interesse e pedir feedback é sempre muito bem-vindo e bem visto pelos gestores e tutores, assim como colocar-se à disposição para uma futura oportunidade ao término do contrato de estágio, caso não haja vagas no momento. Isto demonstra gratidão, maturidade e identificação com a empresa — recomenda Cíntia.

Ainda que não haja efetivação pela empresa ao se formar, o estágio é uma oportunidade de aumentar a rede de contatos profissionais — networking que pode abrir outras portas no mercado de trabalho. Por isso, fazer bom proveito desse momento na carreira é fundamental.

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