Cientistas brasileiros descobrem novas espécies de levedura e batizam de Bruno e Dom
Cientistas brasileiros descobriram duas novas espécies de leveduras fermentadoras, na floresta amazônica. Elas foram batizadas com os nomes do jornalista Dom Phillips e do ativista Bruno Pereira, ambos assassinados no ano passado no Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas.
As novas espécies têm como principal característica a capacidade de converter um tipo de açúcar chamado d-xilose em etanol e xilitol, este último uma espécie de adoçante natural que pode ser usado por diabéticos.
Os pesquisadores identificaram as leveduras a partir de amostras colhidas em madeira podre coletada em dois locais diferentes da floresta amazônica no estado do Pará. Os pesquisadores conseguiram isolar novas espécies de Spathaspora.
O resultado do estudo foi publicado em artigo no International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology.
— O nome Spathaspora brunopereirae sp nov é proposto para acomodar esse isolado — disse Carlos Augusto Rosa, um dos autores do estudo, ao jornal The Guardian.
— Outros dois isolados foram obtidos de uma região de transição entre a floresta amazônica e o ecossistema do Cerrado, no estado do Tocantins. O nome Spathaspora domphillipsii sp nov é proposto para esta nova espécie — acrescentou o pesquisador.
O trabalho foi escrito por 11 microbiologistas trabalhando em conjunto de três universidades no estado de Minas Gerais, no estado do Tocantins e no oeste de Ontário, no Canadá.
De acordo com Rosa, batizar as novas espécies com os nomes de Bruno e Dom “reconhece, valoriza e homenageia a dupla por seu trabalho em defesa do meio ambiente”.