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‘Reage, Rio!’: ‘Segurança e distância não são os problemas do Galeão’, diz Castro. Acompanhe ao vivo debate sobre aeroportos

O Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, é uma das principais portas de entrada do Rio de Janeiro e do Brasil. No entanto, o terminal da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, vive nos últimos anos um esvaziamento que preocupa empresários e autoridades. O desequilíbrio crescente entre o Galeão e o Aeroporto Santos Dumont, no Centro, na movimentação de passageiros tem sido alvo de discussões de representantes dos governo federal, estadual e municipal e da sociedade civil na busca de uma solução.

Para contribuir com a questão, os jornais O GLOBO e Extra realizam hoje a 14ª edição da série Reage, Rio! para debater o melhor modelo de exploração da infraestrutura aeroportuária para a capital fluminense. O evento é realizado com apoio da Fecomércio RJ, nesta manhã, no auditório da Editora Globo, no Centro do Rio, com transmissão no canal do GLOBO no YouTube e nos perfis do GLOBO e do Extra no Facebook.

Dividido em dois painéis, o debate é mediado pelos jornalistas Mariana Barbosa e Rennan Setti, titulares da coluna Capital, do GLOBO. O diretor de Redação do GLOBO, Alan Gripp, abriu o evento ressaltando a importância da série Reage, Rio! para a discussão dos principais temas ligados ao desenvolvimento do estado.

Em seguida, Mariana iniciou o primeiro painel, cujo tema é “Os desafios para retomar o potencial do Aeroporto Internacional do Rio”, com a presença do governador do Rio, Cláudio Castro, do prefeito da capital, Eduardo Paes, e do secretário nacional de Aviação Civil, do e Juliano Noman.

Castro iniciou ressaltando a busca de uma solução compartilhada entre as autoridades, sem que seja necessária qualquer tipo de imposição legal. Destacou a importância do Galeão para o desenvolvimento não só do turismo na capital, mas também dos negócios no interior do estado, como a indústria de petróleo e gás.

‘Não é um problema de segurança’, diz Castro

Ele afastou a hipótese de que questões de segurança na Linha Vermelha e a distância do Galeão do Centro sejam as causas de seu esvaziamento:

— Não é um problema principal nem a segurança e nem a distância. O problema é que um aeroporto está canibalizando o outro.

O prefeito Eduardo Paes concordou com Castro e acrescentou que a falta de um transporte de trilhos até o aeroporto não é o problema. Afirmou que o trem que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, é usado por menos da metade dos passageiros que embarcam lá.

O prefeito criticou o que identificou como uma movimentação para “forçar uma barra” para a saída da atual concessionária do Galeão (liderada pela Changi, de Cingapura, a maior operadora de aeroportos do mundo) e a devolução do terminal internacional à Infraero, o que fortaleceria a estatal, que atualmente tem no Santos Dumont a sua principal fonte de receitas. Ele defendeu que se mantenha a gestão privada do Galeão e que o mesmo seja feito com o Santos Dumont.

— O Brasil adotou a solução adequada no governo do PT, da presidenta Dilma Rousseff, de privatizar os aeroportos — afirmou Paes. — Basicamente o que tem que fazer é o seguinte: Galeão e Santos Dumont têm que ser pensados integrados.

Em meio às discussões sobre a possibilidade de devolução da concessão pela RIOgaleão e de uma nova licitação envolvendo também o Santos Dumont, as autoridades e especialistas discutem no evento como restabelecer o equilíbrio na distribuição de voos entre os dois aeroportos, bem como as medidas necessárias para aumentar a capacidade do terminal internacional de atrair novas linhas aéreas e consolidar a sua vocação de hub aéreo do país, com impacto no turismo e nos negócios do Rio e do país.

A superlotação do Santos Dumont e o esvaziamento do Galeão levaram o Rio de Janeiro a se tornar uma cidade menos conectada, perdendo espaço na malha aérea brasileira. Mesmo sendo um dos principais hubs (centros de distribuição) de voos e destino preferencial de turistas estrangeiros, a cidade do Rio fica em quinto lugar na oferta de destinos domésticos no país.

O Rio tem rotas para 27 cidades e fica atrás de São Paulo (57), Brasília (40), Belo Horizonte (39) e Recife (30), de acordo com dados do sistema OAG Analytics. As informações levam em conta as operações existentes nos dois terminais.

O segundo painel será sobre “Infraestrutura aeroportuária e os impactos do Galeão no turismo e na economia do Rio”. Os participantes serão: Patrick Fehring, diretor de Negócios Aéreos do RIOgaleão, Ricardo Keiper, diretor de Supply Chain da GE Aviation, Luis Strauss, presidente do Conselho do Convention & Visitors Bureau e presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio, Otavio Leite, consultor da Presidência da Fecomércio RJ e doutorando em Turismo, e Respício do Espírito Santo, professor de transporte aéreo da Escola Politécnica da UFRJ.

O Reage, Rio! é um movimento criado em 2017 que reafirma o compromisso do GLOBO e do Extra com o Rio. Juntos, poder público, imprensa, sociedade civil e entidades empresariais podem e devem debater e buscar soluções inovadoras para a capital fluminense e o Estado do Rio de Janeiro.

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