Haddad: Resultado da ‘prévia’ do PIB mostra que efeito da Selic está ‘pesando muito’ na economia
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou nesta segunda-feira que o resultado negativo do IBC-Br divulgado hoje é resultado da restrição na economia provocada pela alta de juros, e ressaltou o desejo da equipe econômica de redução da taxa básica (Selic).
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), termômetro do PIB, registrou queda de 2% no mês de maio. A projeção média do mercado apontava para um resultado neutro, ou seja, de 0%.
— Foi um resultado esperado. O juro real é muito elevado. A pretendida desaceleração do Banco Central chegou muito forte. Precisamos ter cautela com a manutenção de uma taxa real de 10% (ao ano). Está muito pesado para a economia — disse o ministro, em conversa com jornalistas na Fazenda.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, em entrevista à GloboNews na manhã desta segunda, avaliou que a esperada redução da Selic precisa vir acompanhada da redução do nível de inadimplência das famílias, além do aumento da concorrência e mais transparência no mercado de crédito. Para ele, essa seria uma “combinação virtuosa” para gerar aumento do crédito e redução do endividamento.
Avanço nos meses anteriores
Apesar do resultado negativo do IBC-Br em maio, no acumulado de 2023 houve avanço de 3,61%, conforme os dados sem ajuste sazonal.
No mês de fevereiro e no mês de abril, houve alta acima do esperado no indicador – o que estimulou projeções com viés de alta para o crescimento da economia no ano.
Com a elevação de 1,9% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, o mercado projeta atualmente um crescimento de 2,24% até o fim do ano. No início de 2023, a projeção dos agentes era de 0,78%.
Agora em julho, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, adiantou que a pasta deve fazer uma revisão altista para até 3% na perspectiva de crescimento econômico no ano.