POLÍTICA

Lula e líderes estrangeiros pedem acordo para que haja eleições justas na Venezuela

Um dia após realizarem reunião sobre eleições na Venezuela, os governos de Brasil, ArgentinaColômbia e França, assim como a União Europeia, divulgaram declaração conjunta em que pedem a realização de eleições justas no país comandado por Nicolás Maduro e o fim das sanções econômicas contra Caracas.

Na nota, os países pedem uma negociação capaz de prover uma eleição “justa para todos, transparentes e inclusivas”, com “participação de todos que desejam” e acompanhamento internacional.

“Esse processo deve ser acompanhado de uma suspensão das sanções, de todos os tipos, com vistas à sua suspensão completa”, acrescenta o comunicado divulgado nesta terça-feira (18).

Os pedidos se contrapõem a ações recentes de Caracas. Na última semana, um dos principais líderes do chavismo anunciou que o país não permitirá que observadores da União Europeia monitorem as eleições de 2024, chamando-os de “grosseiros, colonialistas, representantes dessa Europa imperial ultrapassada”.

Duas semanas antes, a ditadura já havia tornado inelegíveis diversos opositores —entre os quais a ex-deputada Maria Corina Machado, líder nas pesquisas entre os candidatos da oposição— que se colocaram como nomes viáveis para as primárias oposicionistas, que em tese serão realizadas em outubro.

No documento divulgado nesta terça-feira, os governos pedem que Caracas e líderes opositores cheguem a um acordo em breve e manifestam solidariedade aos imigrantes venezuelanos —o país sul-americano é hoje origem de uma das principais crises migratórias do planeta.

A nota foi publicada no âmbito da cúpula Celac-UE, que termina nesta terça em Bruxelas. O evento reuniu líderes dos 33 países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos e 25 do bloco europeu.

O texto é fruto de uma reunião entre os líderes signatários realizada nesta segunda-feira (17), na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ecoando declarações similares às que já tem dado, disse que a solução dos problemas do país deve partir da própria população. Além do petista, estiveram no encontro os presidentes da França, Emmanuel Macron, da Colômbia, Gustavo Petro, da Argentina, Alberto Fernández, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, a número 2 do regime da Venezuela, Delcy Rodríguez, e o ex-deputado venezuelano Gerardo Blyde, principal negociador da oposição.

Maduro não viajou à Bélgica. No Twitter, ao falar da cúpula, ele voltou a pedir o fim das sanções econômicas, que chama de um bloqueio e uma agressão contra o povo venezuelano. “Com a Europa, alçaremos novas relações de respeito, cooperação e trabalho compartilhado”, escreveu.

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