Ministros Wellington Dias e Paulo Teixeira admitem deixar os cargos se Lula quiser usá-los para ampliar base
Fortemente identificados com Lula, dois ministros petistas afirmaram que não se importam de abrir mão de seus cargos, se Lula precisar usá-los para atrair apoio do centrão.
Os ministros Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Paulo Teixeira (Agricultura Familiar) admitiram ontem (5/8), a possibilidade de deixar os cargos na Esplanada dos Ministérios para garantir “sustentabilidade política” ao governo Lula.
As declarações foram feitas a jornalistas durante o evento Diálogos Amazônicos, em Belém, no Pará. A cidade recebe uma série de programações ligadas à temática ambiental nos próximos dias, em decorrência da Cúpula da Amazônica, que terá participação do presidente Lula e de outras autoridades.
As trocais ministeriais são dadas como certas por ministros de Lula. As mudanças ocorrem em tentativa de atrair apoio de partidos do chamado centrão e garantir votos no Congresso aos projetos de interesse do governo.
Nas últimas semanas, Lula nomeou o deputado federal Celso Sabino (União-PA) ao cargo de ministro do Turismo, ocupado anteriormente por Daniela Carneiro. Agora, pode dar posse a André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), em pastas como Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar.
À imprensa, Wellington Dias afirmou que dará “todo apoio” ao presidente Lula para garantir estabilidade política.
“Todo apoio a ele para que a gente tenha sim uma base que garanta estabilidade política. Isso aqui é bom, não é para o governo, é bom para o país: estabilidade política, econômica e social”, afirmou Dias.
O ministro Teixeira afirmou que não está “perdendo nenhuma noite de sono” com a possibilidade de saída do cargo.
“Recentemente foi dito que a área social é o coração do presidente Lula. E o coração do presidente Lula ele certamente trata com muito carinho. É por essa razão que não estamos perdendo nenhuma noite de sono porque temos que trabalhar pelo povo e estamos em todos os lugares do Brasil”, disse Teixeira.