Governo decide incluir usina nuclear de Angra 3 no PAC
O governo decidiu incluir no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será lançado nesta sexta-feira, estudos técnicos, econômicos e sociais sobre a conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis (RJ). No ano passado, a estatal Eletronuclear reiniciou o processo de concretagem do edifício do reator da usina.
Nos últimos dias, a Casa Civil chegou a avaliar internamente interromper a obra, enquanto o Ministério de Minas e Energia defende a continuidade da construção. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi procurado por parlamentares do Rio para pedir a continuidade das obras. A posição do ministro acabou prevalecendo.
As estimativas do Ministério de Minas e Energia é de que a conclusão da obra teria um custo de R$ 20 bilhões. Já foram gastos quase R$ 10 bilhões nas obras da usina.
Diferentes governos tentam dar um desfecho para a construção de Angra 3, que foi paralisada em 2015 em meio à deterioração das contas públicas e do andamento da Operação Lava-Jato, que atingiu as empreiteiras responsáveis pelas obras.
A usina tem capacidade ionstalada de 1,405 GW. Angra 3 é um projeto do governo militar, e começou a ser construída em 1984. As obras prosseguiram até 1986, quando foram paralisadas devido a dificuldades políticas e econômicas.
O projeto ficou engavetado por 25 anos, até ser retomado em 2009 como um dos destaques do primeiro PAC. Nos seus primeiros governos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometia colocar a usina para funcionar em 2014. Investigações realizadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato apontaram desvios de recursos na obra que resultaram na prisão de executivos da Eletronuclear.