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PF busca nomes, endereços e valores no celular do pai de Mauro Cid

A situação dentro do Exército é marcada por uma combinação de perplexidade e tristeza, à medida que mais e mais denúncias emergem em relação ao tenente-coronel Mauro Cid, que está na ativa. Agora, a confirmação de que seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid, estava envolvido no esquema de venda de joias no exterior só intensifica o clima de turbulência. Segundo a colunista Eliane Cantanhêde, do Estado de S. Paulo, mais revelações estão por vir a partir das informações encontradas no celular do general Cid pai, apreendido pela Polícia Federal, e possíveis detalhes de uma delação do hacker Walter Delgatti.

O general Cid já fez parte do Alto Comando do Exército, antes de passar para a reserva e assumir funções na Apex em Miami, desempenhando um papel em importações e exportações. Quando seu filho caiu em desgraça devido aos escândalos enquanto atuava como ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, o general Cid retornou a Brasília, passou a residir no quartel-general do Exército e recebeu o apoio de velhos colegas. É fácil imaginar o que possa estar contido em seu celular.

Segundo Canhatnhêde, se o filho Cid estava encarregado de entregar US$ 25 mil diretamente a Bolsonaro na Flórida, o celular do general deve conter informações sobre valores, locais, descrições das joias, intermediários… E sua falta de cuidado é notável. Uma foto de um estojo de joias refletindo seu próprio rosto no vidro é ao mesmo tempo hilária e lamentável, servindo como evidência contra ele e ilustrando a natureza ridícula do esquema — algo que lembra a palmeira de latão e todos os elementos associados a Bolsonaro.

No entanto, há uma face mais obscura nos registros do celular de Lourena Cid. Com quem ele mantinha comunicações entre os generais? Conversas com Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com a Polícia Federal (PF), com Lula? E o assunto de um possível golpe? Enquanto as Forças Armadas parecem se afastar do general e do coronel Cid, eles parecem estar relutantes em se afastar das Forças Armadas. Essas instituições estão pagando um preço alto, não em joias e diamantes, mas em termos do efeito prejudicial proveniente da influência de Bolsonaro. E, tudo indica, continuarão a pagar esse preço.

Tanto a Defesa quanto o Exército afirmam que não têm vínculo com o hacker Walter Delgatti, que foi contratado pela bolsonarista Carla Zambelli para realizar invasões nas urnas eletrônicas. Porém, a pergunta que surge é sobre o papel desempenhado por outros indivíduos que foram ligados ao governo anteriormente. O que o hacker Delgatti estava fazendo em conexão com a comissão militar estabelecida por Bolsonaro e situada no Ministério da Defesa, cujo propósito era desacreditar o processo eleitoral?

Bolsonaro conseguiu enredar os militares em uma teia complexa junto com personagens como Delgatti, Zambelli, Wasseff, Aylton Braga, Do Val, Daniel Silveira, falsificadores de atestados médicos, vendedores de vacinas inexistentes, negociantes e advogados sem escrúpulos, além de golpistas de diversas origens. Curiosamente, foi o almirante Bento Albuquerque quem trouxe à tona o escândalo envolvendo o colar de diamantes.

Com informações do 247.

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