Mais Médicos: cidade do Rio volta a ter 70% de cobertura da Atenção Primária à Saúde
O prefeito Eduardo Paes, ao lado do secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, e da ministra da Saúde, Nísia Trindade, recepcionou, nesta sexta-feira (19/01), 218 médicos para a Saúde da Família vinculados ao Programa Mais Médicos para o Brasil, do Ministério da Saúde. Com a incorporação desses profissionais, a cidade do Rio de Janeiro retoma a marca de 70% de cobertura da população pela Atenção Primária à Saúde.
– Hoje é um dia de muita alegria para a cidade do Rio de Janeiro. A gente pensava em atingir essa meta de 70% no final do ano, mas foi possível chegar ao percentual agora graças ao aporte do Governo Federal. Quem precisa de saúde pública são aquelas pessoas que não têm condições de pagar um plano de saúde e não conseguem ir para um hospital particular. Ou seja, a população mais pobre da cidade. São pessoas das Zonas Oeste, Norte e também das favelas do Rio que passam a ser atendidas por essa brilhante iniciativa que é o programa Mais Médicos – afirmou o prefeito Eduardo Paes.
A cobertura de 70% havia sido atingida pela primeira vez em 2016. Mas, após um período de desestruturação da Atenção Primária entre 2017 e 2020, caiu para 46%. A partir de 2021, com a reestruturação da rede municipal, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recuperou o quadro de profissionais e ampliou a Estratégia Saúde da Família (ESF) em 209 novas equipes, voltando aos 70% da população coberta.
A nova marca resulta dos esforços da Secretaria Municipal de Saúde para reduzir a vacância de médicos nas equipes de Saúde da Família, que estava em 31% no início de 2021 e hoje é de apenas 2% sobre um total de 1.294 equipes. São 2.054 médicos contratados, o maior patamar da história da Atenção Primária à Saúde no município, incluindo os 218 profissionais do Mais Médicos para o Brasil, que teve adesão recorde no Rio de Janeiro.
– O objetivo de chegar aos 70% foi cumprido e, gradativamente, nós vamos tentar ampliar. Em março, vamos receber mais 100 médicos do Ministério da Saúde. A prioridade para alocar esses profissionais são as Zonas Norte e Oeste, que são as áreas que mais precisam – destacou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Mais de 11 milhões de consultas realizadas na Atenção Primária em 2023
Com as contratações pela SMS, a chegada dos profissionais da nova edição do Mais Médicos para o Brasil e a contribuição do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade da SMS – que completa 10 anos em 2024 com mais de 800 médicos especialistas formados –, o número de equipes da ESF completas (com médico, enfermeiro e demais profissionais) chega a 98%. Somente em 2023, foram mais de 11 milhões de consultas realizadas na Atenção Primária, sendo 6,8 milhões por médicos (571 mil por mês).
– Essa recepção aos profissionais do programa Mais Médicos mostra a importância do trabalho conjunto do governo federal com a Prefeitura. Essa parceria no atendimento às pessoas tem ajudado a reduzir o tempo de espera nas filas de consultas, exames e cirurgias. O município tem se destacado em todas essas áreas. Além disso, a Saúde da Família tem um papel muito importante no apoio frente às emergências climáticas e sanitárias, que são um grande desafio hoje – disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
A recuperação da Atenção Primária inclui ainda a reforma das unidades, criação de novos serviços online e canais de comunicação das equipes com os usuários, facilidades para agendamentos e resultados de exames, e ampliação da carteira de serviços ofertados pelo SUS na rede municipal.
Novos médicos vivem a expectativa de trabalhar na Atenção Primária
Os profissionais vinculados ao Programa Mais Médicos para o Brasil estão ansiosos para iniciar o trabalho na rede de Atenção Primária à Saúde da cidade do Rio. Ana Fátima Freitas Brittes, de 40 anos, veio da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, com a expectativa de ganhar experiência em seu primeiro emprego como médica. Ela já era graduada em Fisioterapia, mas só concluiu a formação em Medicina em março do ano passado, no Paraguai.
– A minha expectativa é a melhor possível, fui bem recebida na minha unidade e agora quero ajudar essa comunidade que tanto precisa do atendimento da Saúde Família – afirmou a médica, que vai trabalhar no Centro Municipal de Saúde (CMS) Oswaldo Vilella, em Campo Grande.
Quem também está entusiasmado para iniciar logo o seu trabalho no CMS Doutor Cattapreta, em Santa Cruz, é o médico Fernando Hitoshi Miyabara, de 40 anos. Formado em Medicina há três anos, ele viu no programa a oportunidade de exercer a profissão fora de seu estado, o Mato Grosso do Sul.
– Eu me formei no Paraguai e o programa me ajudou a trabalhar no Brasil. O Rio de Janeiro é uma capital que pode possibilitar o meu aperfeiçoamento profissional. Esse foi um dos motivos que me trouxe para cá. Quero dar o meu melhor no atendimento à população.