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Cristo Redentor recebe iluminação especial em campanha que alerta para os males dos cigarros eletrônicos

O monumento ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, recebeu na noite deste domingo (10) uma iluminação especial em tons de verde para alertar sobre riscos dos cigarros eletrônicos – também conhecido como vapes ou pods.

A iniciativa do alerta no Cristo Redentor é da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), em parceria com o S/antuário Arquidiocesano Cristo Redentor. Segundo a sociedade, o alerta tem como objetivo conscientizar a população sobre os perigos associados ao uso de cigarros eletrônicos, destacando a importância de mantê-los proibidos no Brasil.

O número de usuários de cigarro eletrônico quadruplicou no Brasil em quatro anos: saltou de 500 mil em 2018, para 2,2 milhões de usuários em 2022 segundo o IPEC. Em julho, diretoria da Anvisa decidiu manter a proibição dos cigarros eletrônicos, por votação unânime. A venda é proibida desde 2009 no Brasil, mas o produto ainda é facilmente encontrado.

Além da presidente da SBPT, Margareth Dalcolmo, e do reitor do Santuário, Padre Omar, o evento reunirá representantes de diversas instituições públicas, privadas e da sociedade civil.

“Saúde e bem estar de nossa população são realidades inegociáveis e não podem ser relativizadas. Portanto, nosso sagrado monumento ao Redentor adere a esta campanha na certeza de que tal participação influenciará positivamente na conscientização”, destaca o reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar.

A ação também faz parte da campanha da SBPT, lançada em outubro do ano passado, em oposição ao projeto de lei 5008/2023, apresentado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que propõe a liberação do comércio do cigarro eletrônico no país.

“Hoje o que nós temos visto são adolescentes e crianças já completamente adictas desses dispositivos de fumar. Países que tomaram essa decisão [de liberar para maiores de 18 anos], como por exemplo o Reino Unido, com o argumento da redução de danos, isso nao esta dando certo porque você deixa um vício para adquirir outros. Outro problema é que os menores de idade estão adquirindo isso no contrabando. Então, o sistema de saúde do Reino Unido está revendo essa posição”, diz Dalcomo.

“Continuaremos firmes na defesa da regulamentação vigente, enquanto instamos os órgãos fiscalizatórios a intensificar seus esforços para coibir o trânsito, a propaganda e a oferta desses produtos, reconhecidamente tentadores, viciantes e prejudiciais à saúde da nossa juventude. Esta ação reforça nosso compromisso em proteger esta e as futuras gerações”, conclui.

O tabagismo é uma das maiores ameaças à saúde pública global, causando a morte de mais de 8 milhões de pessoas anualmente. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), a indústria do tabaco é responsável por 12% dos óbitos no mundo e está relacionada a mais de 60 tipos de doenças. Além disso, impõe enormes custos econômicos à sociedade, com gastos de mais de R$ 125 bilhões para mitigar os problemas de saúde associados ao tabagismo, conforme o relatório do Instituto de Educação e Ciências em Saúde (IECS 2020).

Desde 2009, o comércio dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) são proibidos pela Anvisa, por meio da Resolução n°46. No entanto, a falta de fiscalização no país permite que qualquer pessoa tenha fácil acesso aos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), sendo crianças e adolescentes, as novas vítimas da dependência de nicotina e pacientes de graves quadros respiratórios, cada vez mais frequentes.

Apesar dos esforços para conter o consumo de tabaco, com dados compartilhados pelas instituições competentes, relatos impactantes de ex-fumantes e evidências científicas disponíveis por toda a internet, o hábito de fumar voltou a crescer, especialmente entre os jovens, por meio dos cigarros eletrônicos.

O uso desses dispositivos desencadeou até mesmo o surgimento de uma nova doença, denominada Evali (Doença Pulmonar Associada aos Produtos de Cigarro Eletrônico ou Vaping), que causa fibrose e outras alterações pulmonares, podendo levar o paciente à UTI, ou mesmo à morte, em decorrência de insuficiência respiratória.

Deste modo, na avaliação da sociedade, a regulamentação para liberar o uso, o comércio e a publicidade desses produtos, coloca em risco a importante redução da proporção de fumantes no Brasil, que passou de 35% para 9% nos últimos 30 anos.

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