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Ministério das Mulheres lança campanha ‘Mais mulheres no poder, mais democracia’

Com o objetivo de estimular a participação das mulheres nos espaços de poder e decisão no Brasil, o Ministério das Mulheres, por meio da Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política (Senatp), lança, nesta terça-feira (11), a campanha “Mais mulheres no poder, mais democracia” . As peças, produzidas sob a coordenação da Assessoria Especial de Comunicação Social, buscam ainda conscientizar e sensibilizar a população brasileira sobre a realidade da violência política que atinge de forma permanente as mulheres, especialmente as mulheres negras, indígenas e LBTs.

A campanha contará com a divulgação de materiais informativos, como vídeos, cards para redes sociais, spot para rádio, reportagens especiais, folder, adesivos, cartazes e cartilhas. Além de trazerem dados e informações sobre a sub-representatividade das mulheres na política, os materiais divulgam canais de denúncia e orientações, como o Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher.

O lançamento da campanha fez parte da abertura do II Fórum Nacional de Políticas para Mulheres, que contou com a presença das ministras Cida Gonçalves, Sonia Guajarara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), entre outras autoridades. O evento teve início nesta terça-feira (11) e segue até amanhã, no Museu da República, em Brasília.

A iniciativa faz parte de uma série de ações do governo federal em prol da maior participação das mulheres na política, vista como fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O objetivo é ampliar o debate sobre a presença de mulheres nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nos partidos políticos, nas empresas e nos sindicatos, assim como em movimentos sociais, conselhos e associações, promovendo uma participação igualitária, plural e multirracial.

 

Violência política e baixa representatividade

Mesmo sendo 51,5% da população e 53% do eleitorado brasileiro, as mulheres estão amplamente sub-representadas em todos os espaços de poder e de decisão. Na Câmara Federal, elas são apenas 17,7%, ou seja, 91 mulheres em um universo de 513 parlamentares. No Senado, são 15 mulheres entre 81 parlamentares, o que equivale a 12,3% e, dentre elas, apenas uma se declara negra.

Nos estados e municípios, a situação é ainda mais grave. Nas eleições de 2020, 958 cidades não elegeram nenhuma vereadora, enquanto em outras mais de 1.800 cidades, apenas uma mulher foi eleita.

Com estes índices, em termos globais, o Brasil ocupa o 146° lugar na participação de mulheres entre os 193 países analisados no levantamento da União Interparlamentar (UIP).

Pesquisas apontam que a violência política de gênero é um dos motivos para essa sub-representação de mulheres na política e em espaços de poder, além das barreiras impostas pelo acúmulo das jornadas de trabalho de cuidado (como trabalhos domésticos e cuidado com pessoas que necessitam de atenção), reflexo de uma sociedade em que a divisão sexual do trabalho e a misoginia são uma dura realidade.

Segundo o Censo das Prefeitas Brasileiras realizado pelo Instituto Alziras (Mandato 2021-2024), 34% das entrevistadas pela organização (42% das 673 prefeitas em exercício) apontaram o “desmerecimento de seu trabalho ou de suas falas” como um dos obstáculos por ser mulher na política e 26% o “assédio e violência no espaço político”. De acordo com o levantamento, 58% das prefeitas afirmam ter sofrido assédio ou violência política pelo fato de ser mulher.

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