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Dengue: Saúde vê esperança em vacina do Butantan, mas não acredita em expansão de imunização antes de 2026

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou nesta quarta-feira (28) que o laboratório japonês Takeda, que produz as vacinas contra a dengue, ainda não tem condições para iniciar o processo de transferência da matéria-prima para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — para a produção da vacina no Brasil.

Nísia ponderou, contudo, que as tratativas com o laboratório continuam. Em março, a ministra anunciou ampliação da vacina da dengue.

Em contraponto, Nísia afirmou que aposta na vacina que está sendo produzida pelo Instituto Butantan, mas que ainda não foi apresentada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) — que precisa liberar a produção.

“A vacina é uma estratégia que não deve ser para 2025, mas para talvez 2026”, afirmou a ministra em café da manhã com jornalistas realizado no Ministério da Saúde nesta quarta-feira (28).

 

Resultados de um estudo científico publicado no início do ano apontam que a vacina contra a dengue em desenvolvimento pelo Instituto Butantan apresenta uma eficácia geral de 79,6% na prevenção da doença.

Plano contra a dengue

O Ministério da Saúde ainda vai lançar um plano estratégico ainda neste ano para combate à dengue. As ações vão guiar o trabalho do Sistema Único de Saúde (SUS) nos próximos meses.

A primeira etapa do plano deve ser lançada no início de setembro.

“Temos um plano praticamente pronto, mas esperando um pouco a definição do cenário… Faltam alguns dados de variáveis para que haja a definição. Umas das variáveis, por exemplo, é quais sorotipos vão estar circulando mais no país?”.

 

Neste ano, foram registrados mais de 6 milhões de casos e 5 mil mortes por conta da dengue no Brasil.

Frascos da vacina Jynneos, fabricada pela Bavarian Nordic e usada no Brasil para a imunização contra a mpox. — Foto: Alain Jocard/Pool via REUTERS
Frascos da vacina Jynneos, fabricada pela Bavarian Nordic e usada no Brasil para a imunização contra a mpox

Mpox

A ministra também comentou sobre a vacina da Mpox que deve continuar sendo aplicada apenas para grupos prioritários, já que são poucas doses disponíveis no mundo.

Ela explicou que atualmente no país há um plano de contingência em prática com a vigilância em saúde para encaminhamento, tratamento e isolamento das pessoas com sintomas.

No Brasil hoje, podem receber o imunizante pessoas que vivem com HIV/aids, profissionais de laboratórios que atuam em locais de exposição ao vírus, além de pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas.

Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis de Mpox pelo Ministério da Saúde.

Coqueluche

Outro tema tratado durante o encontro, foi a coqueluche.

A doença tem chamado atenção das autoridades internacionais, pois países como China, Estados Unidos e membros da União Europeia registraram aumento dos casos da doença nos últimos meses.

Aqui no Brasil, 517 casos foram registrados pelo Ministério da Saúde em 2024.

É uma doença que pode ser prevenida com vacinação.

“Temos que reforçar a vacinação. Temos trabalhado juntos para melhorar a atenção primária até, quando precisar, o atendimento especializado. E lamentar que haja agravamento e morte quando temos os meios pra evitar a doença”, alertou a ministra da saúde.

 

Cortes no orçamento

Nísia Trindade também comentou sobre o corte nos gastos do governo e afirmou que os principais programas da pasta não serão afetados.

“Todo contingenciamento tem efeitos e – se for necessário – haverá remanejamento de recursos, mas não haverá prejuízo em nenhum programa prioritário do ministério”.

No mês passado, o governo federal detalhou o congelamento de R$ 15 bilhões nos gastos. O Ministério da Saúde foi um dos mais afetados, sofreu corte de R$ 4,4 bilhões.

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