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‘Economia que não se preocupa com justiça social condena povos à desigualdade’, diz Dweck

“A economia, que não se preocupa com a justiça social, é uma economia que condena os povos ao que está ocorrendo no mundo inteiro, uma brutal concentração de renda e de riqueza, o desemprego e a miséria.” Com essa afirmação, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos destacou nesta segunda-feira 23/9, em Nova York, que seu trabalho como economista e gestora pública sempre foi guiado pelos ensinamentos da professora Maria da Conceição Tavares.

 

A ministra participou do evento “Líderes Globais: Mulheres nas Finanças acelerando e alavancando o Financiamento para uma Transição Justa e Climática com Igualdade de Gênero em Escala”. O encontro foi promovido pelos ministérios da Fazenda e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e pela Global Women in Finance Leaders Platform. E reuniu lideranças femininas mundiais para debater temas como financiamento público e privado sustentável, igualdade de gênero e transição ecológica justa.

 

Esther Dweck explicou que é preciso compreender que na base da geração da riqueza estão os esforços e trabalhos, muitas vezes mal remunerados ou não remunerados, sobretudo das mulheres e da população negra e indígena. Para ela, a não valorização e o não reconhecimento desses trabalhos para a sustentabilidade da vida humana e para o crescimento econômico de um país contribuem para que indicadores sociais e de renda sejam “vergonhosamente díspares entre homens e mulheres, entre a população branca e a população negra e indígena”.

 

Esther reforçou que essas desigualdades somadas aos eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos, tornam ainda mais urgente a transição para um modelo ecologicamente sustentável de desenvolvimento. A ministra apontou que as desigualdades são potencializadas pela própria emergência climática, que afeta desproporcionalmente as populações historicamente vulnerabilizadas.

 


“Superar a situação atual exigirá não só a reinvenção dos Estados, mas a reinvenção dos modos de produzir, distribuir e valorizar a riqueza”, disse. “Essa transformação irá demandar investimentos e financiamento em escalas e condições únicas na história, talvez comparáveis somente aos esforços de reconstrução do pós-Guerra, embora com características significativamente distintas: a transformação deve apontar para um futuro verde, digital e inclusivo.”


 

Fortalecimento das capacidades estatais

Esther Dweck destacou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o compromisso de fortalecer as capacidades estatais para lidar com os novos desafios globais. “Criamos o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos com a missão de transformar o Estado brasileiro para reduzir desigualdades regionais, de renda, de gênero, e promover um desenvolvimento sustentável”, afirmou.

 

A ministra ressaltou que no centro da agenda de transformação do Estado brasileiro estão a ampliação da diversidade no setor público e a valorização de grupos sub-representados, como mulheres e pessoas negras. Para ela, a valorização da diversidade, da equidade e da inclusão deve ser tratada como elemento estratégico de desenvolvimento, de qualificação e fortalecimento das capacidades estatais.

 

“Esses movimentos que fazemos são, por nós compreendidos, como elemento estratégico para o aumento da produtividade do trabalho, da capacidade de inovação e da possibilidade de ter pessoas com diferentes perspectivas, diferentes vivências e com a capacidade de se aproximarem mais dos diferentes desafios que acometem o desenvolvimento sócio-produtivo e ambiental”, disse.

 

A ministra da Gestão salientou ainda que a busca de um Estado inclusivo e sustentável significa colocar no centro o bem-estar humano, o respeito e o “cuidar” de toda forma de vida e sua capacidade de digna reprodução, para que o futuro a todos os seres vivos esteja garantido.

 

“O Estado necessário e portador de futuro, viabiliza concretamente as medidas com escala adequada, gestão de conhecimento, pactuação política e aprendizado institucional, condições necessárias para a perenidade de políticas públicas. Que nós, mulheres, possamos ter espaços dignos e seguros para contribuirmos a esse futuro”, finalizou.

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