Ministério da Saúde atualiza dados de casos de dengue no Brasil
O cenário da dengue no Brasil em 2025 apresenta queda no número de notificações em todas as regiões geográficas nas primeiras semanas do ano, quando comparado ao mesmo período de 2024, embora alguns estados apresentem aumento, principalmente São Paulo. O estado já contabiliza 94.354 casos prováveis, além de 135 óbitos em investigação e 23 mortes confirmadas.
Nas demais regiões, destacam-se os estados do Tocantins, na região Norte, Pernambuco no Nordeste e o estado do Mato Grosso, no Centro-Oeste. O Rio de Janeiro, por outro lado, mostra queda significativa nas primeiras semanas do ano. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30), durante a primeira reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT). A apresentação foi conduzida pelo secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) , Rivaldo Venâncio.
Até o momento, o país registra 160.984 casos prováveis de dengue e os óbitos totalizam 33. Os dados são referentes às Semanas Epidemiológicas 1 a 4 de 2025.
Fatores que influenciam o cenário
Um dos fatores apontados para o aumento de casos no Sudeste é a circulação crescente do sorotipo 3 da dengue, em expansão desde julho de 2024. Segundo o secretário adjunto da SVSA, essa variante do vírus tem sido determinante no aumento do número de infecções, especialmente em São Paulo e, em menor escala, no Paraná.
“Estamos em um período intermediário entre 2023 e 2024, e o comportamento da doença varia entre as regiões. O aumento do sorotipo 3 no Sudeste exige atenção, pois muitas pessoas nunca tiveram contato com essa variante do vírus, o que pode impactar na evolução dos casos”, afirmou Rivaldo Venâncio.
Outro ponto de atenção é o avanço da febre do Oropouche , que já soma quase 3 mil casos no Brasil em 2025. Cerca de 95% dessas notificações foram registradas no Espírito Santo, tornando-se uma preocupação adicional neste verão.
Estratégias e medidas adotadas
Desde a ativação, de maneira preventiva, do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue) em 9 de janeiro, diversas medidas foram implementadas para fortalecer a resposta à dengue e a outras arboviroses. Entre as ações destacadas na reunião estão:
- Visitas técnicas a diversos estados para alinhamento com secretarias de saúde e conselhos municipais de saúde;
- Reuniões ampliadas do COE, envolvendo profissionais de saúde de diferentes áreas, como medicina, farmácia, psicologia e sociedades científicas;
- Distribuição de 4,5 milhões de testes rápidos(dos 6,5 milhões adquiridos pelo governo federal); e
- Webinários e capacitações para profissionais da saúde, reforçando a preparação para o atendimento dos casos.
A vacinação contra a dengue, direcionada a públicos específicos, também segue como estratégia complementar para reduzir o impacto da doença.
“O momento exige articulação e resposta rápida. Estamos trabalhando junto aos estados e municípios para fortalecer as ações de vigilância e assistência. A parceria entre União, estados e municípios será essencial para enfrentar esse cenário”, reforçou Rivaldo Venâncio.