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Cacá Diegues, diretor de ‘Bye bye Brasil’ e ‘Deus é brasileiro’, morre no Rio aos 84 anos

O cineasta Cacá Diegues morreu na madrugada desta sexta-feira (14). Ele tinha 84 anos e morreu após complicações em uma cirurgia.

Carlos José Fontes Diegues nasceu em Maceió no dia 19 de maio de 1940. Ele se mudou para o Rio de Janeiro com 6 anos de idade.

Na capital fluminense, passou a infância e adolescência no bairro de Botafogo, na Zona Sul.

Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni, Joaquim Pedro de Andrade e outros cineastas.

Obra

Ao longo da carreira de cineasta, Diegues fez mais de 20 filmes de longa-metragem. Entre os mais premiados estão Xica da Silva” (1976), “Bye Bye Brasil” (1980), “Veja esta canção” (1994) e “Tieta do Agreste” (1995).

Também são filmes dele: “Ganga Zumba” (1964), “Os herdeiros” (1969), “Joanna Francesa” (1973), “Chuvas de verão” (1978), “Quilombo” (1984), “Um trem para as estrelas” (1987), “Orfeu” (1999), “Deus são brasileiro” (2003), “O maior amor do mundo” (2005) e “O grande circo místico” (2018), inspirado na obra do poeta Jorge de Lima.

Cacá foi homenageado no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, em 2012, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Enredo de escola de samba

O cineasta foi enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo em 2016. A agremiação desfilava na então Série A do carnaval e o enredo era “Cacá Diegues – Retratos de um brasil em cena”.

O enredo foi do carnavalesco Márcio Puluker. Cacá desfilou no último carro, se emocionou, e definiu a apresentação da escola como um “grande encontro familiar”.

“Eu estou muito feliz em ser homenageado por uma escola de samba. Para mim, é um prazer inenarrável”, explicou Cacá.

ABL

Cacá Diegues foi eleito como ocupante da cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL) em 2018. Ele ocupou o lugar deixado pelo também cineasta Nelson Pereira dos Santos. Os dois eram amigos.

Antes deles, a Cadeira 7 já pertenceu a nomes como o do escritor Euclides da Cunha e do fundador da ABL Valentim Magalhães – que escolheu como patrono Castro Alves. Outros ocupantes: Euclides da Cunha, Afrânio Peixoto, Afonso Pena Júnior, Hermes Lima, Pontes de Miranda, Dinah Silveira de Queiroz e Sergio Corrêa da Costa.

Cacá Diegues durante apresentação do filme "O grande circo místico" no 71º Festival de Cannes — Foto: Alberto PIZZOLI / AFP

Família

Cacá Diegues era pai de quatro filhos, sendo dois deles do casamento com a cantora Nara Leão. Ele era casado, desde 1981, com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães.

O cineasta deixa três netos.

Cacá Diegues, recebe homenagem no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro — Foto: G1/Alexandre Durão

 

Nota de pesar do Governado do Rio
O Brasil perde hoje um dos maiores cineastas do país. Cacá Diegues foi referência no audiovisual, representando as dificuldades do povo na tela e deixando grandes obras na história do cinema nacional, como os clássicos e premiados filmes Xica da Silva e Tieta do Agreste.
Expresso meus sentimentos aos familiares, aos amigos, aos fãs e às pessoas que tiveram o privilégio de acompanhar o trabalho do Cacá Diegues. Seu legado para o cinema será sempre lembrado e respeitado pelos milhares de fãs.
Cláudio Castro
 Governador do Estado do Rio de Janeiro

 

Presidente Lula e Ancine homenageiam cineasta Cacá Diegues

O presidente Luís Inácio Lula da Silva e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) manifestaram pesar e homenagearam o cineasta brasileiro Cacá Diegues, morto aos 84 anos.

“Recebi com muito pesar a notícia do falecimento de Cacá Diegues, que durante sua vida levou o Brasil e a cultura brasileira para as telas do cinema e conquistou a atenção de todo o mundo.

Ganga Zumba, Xica da Silva, Bye, bye Brasil , e, mais, recentemente, Deus é Brasileiro mostram muito bem nossa história, nosso jeito de ser, nossa criatividade. E representam a luta de nosso cinema, que sempre se reergueu quando tentaram derrubá-lo.

Meus sentimentos aos familiares, colegas e fãs do grande Cacá Diegues.”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

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