PM inicia 2ª fase da Operação Impacto, contra roubos de veículos e de rua, agora na Baixada Fluminense
A Polícia Militar iniciou na manhã desta segunda-feira (17) mais uma fase da Operação Impacto, contra o roubo de veículos, de rua e de cargas, desta vez na na Baixada Fluminense.
Um carro-comando do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) foi posicionado em frente à Praça da Apoteose de Caxias, na Vila São Luís, em Duque de Caxias, e será usado para orientar os agentes na tentativa de frear a criminalidade.
Além do trabalho na carreta, com monitores e telões, que acompanham imagens de câmeras de segurança da região, há um reforço de agentes nas ruas que farão rondas na região.
Mais de 200 PMs — do 20º BPM (Mesquita), 21ª DP (São João de Meriti) e do 39º BPM (Belford Roxo) — o estão nas ruas da cidade. A ação é coordenada pelo 3º Comando de Policiamento de Área (CPA).
“Estamos reforçando o patrulhamento em áreas que os índices sinalizam a necessidade de maior presença policial. Principalmente, com o aumento de roubo de cargas, de pedestres e veículos. Estamos aqui com mais de 250 policiais em motos, com o Recom [ Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão] e o carro de comando”, disse a tenente-coronel Cláudia Moraes, porta-voz da PM, que completou:
“Além disso, estamos integrados com o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC-BF) da prefeitura. As câmeras da cidade estarão integradas com o nosso CICC-móvel. Além de toda a tecnologia”.
No começo de fevereiro, o primeiro bairro a receber a ação foi o Engenho de Dentro. Um levantamento da Subsecretaria de Inteligência da PM revelou que houve uma queda expressiva no roubo de veículos no bairro.
Na semana de 2 de fevereiro houve uma explosão de assaltos em apenas 4 dias.
Patrulhamento na área de delegacia atacada
A Polícia Militar informou que durante a segunda fase da Operação Impacto, os agentes vão patrulhar a região de Campos Elíseos onde uma delegacia foi atacada a tiros no último sábado (15).
“A operação impacta se adequa a realidade [da criminalidade]. Então, tivemos essa situação, esse ataque que aconteceu na 60ª DP e por conta disso, além da área da 59ª DP vamos atua na área da 60ª DP”, disse a porta-voz da PM.
A TV Globo teve acesso, com exclusividade, a imagens do interior da 60ªDP. As paredes ficaram cheias de tiros, e os vidros das divisórias das salas, estilhaçados. Um mapa do bairro de Campo Elíseos foi atingido várias vezes. Nas salas, persianas esburacadas e janelas destruídas.
A Polícia Civil do RJ interditou o prédio. A delegacia ficará fechada e sem atendimento ao público até que uma perícia completa seja feita na fachada e no interior, a fim de liberar o imóvel a para reparos. A instituição orienta procurar a 59ª DP (Duque de Caxias) até que a distrital de Campos Elíseos seja reaberta.
Nesta segunda-feira (17), agentes seguiam procurando o traficante Joab da Conceição Silva, apontado como chefe da emboscada à 60ª DP. O Disque Denúncia lançou um cartaz, na tarde de domingo (16), com foto do criminoso, pedindo informações que levem à prisão de Joab.

Tiros na delegacia
Segundo a polícia, a emboscada na Delegacia de Campos Elíseos foi uma tentativa de resgate de 2 presos: Rodolfo Manhães Viana, o Rato, apontado como chefe do tráfico da Vai Quem Quer, e do braço direito dele, Wesley de Souza do Espírito Santo.
“No início da noite, sob o comando de Joab da Conceição Silva, narcoterroristas entraram na delegacia na tentativa de resgatar os comparsas, que já haviam sido transferidos para a sede da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter), na Cidade da Polícia”, informou a instituição.
Foi apurado que pelo menos 10 bandidos cercaram a delegacia e abriram fogo. Quatro policiais reagiram a tiros e conseguiram impedir a invasão. Dois acabaram baleados. No fogo cruzado, a entrada da distrital ficou destruída.
Os agentes feridos foram levados para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes. “Ambos já receberam alta médica”, disse a Polícia Civil.
Contra-ataque
No domingo, dezenas de policiais foram para Caxias a fim de prender os envolvidos no ataque. Um homem foi morto em confronto, e outros 5, presos.
No início da tarde, o governador Cláudio Castro (PL) postou um comentário em suas redes sociais sobre a tentativa de resgate:
“A ousadia dos criminosos ao atacar uma delegacia de polícia não vai ficar por isso mesmo. Já identificamos todos eles e vamos pegá-los de qualquer jeito. E já vou avisando à turminha dos ‘direitos humanos’: não encham o meu saco, porque a resposta será dura e na mesma proporção, só que com efetividade e dentro da lei.”
O delegado Felipe Curi chamou o ataque de “ato terrorista praticado contra todos os policiais e toda a população do Rio de Janeiro”.
“Já estamos dando a resposta que será à altura. Colocamos esses criminosos presos no hall de chefias do Comando Vermelho que serão transferidos para presídios federais. Além disso, quero dizer que ‘vai ter sim operação’. Com toda a força do Estado. Que julguem e considerem improcedentes as restrições e limitações que impõem à polícia. As polícias é que têm que dizer como devem agir. A fatura chegou, e a conta é alta”, afirmou o secretário de Polícia Civil.
Presos iam para o Juramento
A prisão de Rato e de Wesley foi na manhã de sábado, a partir de dados de inteligência. A 60ª DP descobriu que traficantes do Vai Quem Quer iriam reforçar a disputa pelo controle do Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio.
Na última semana, tiroteios assustaram moradores da região. Na noite de sexta-feira (14), passageiros do metrô que passavam pela Estação Thomaz Coelho foram obrigados a se jogar no piso durante um tiroteio.
Na quinta-feira (13), uma mulher foi baleada no Juramento.
No sábado, equipes da 60ª DP organizaram uma investida na Vai Quem Quer e foram recebidas a tiros. Houve intenso confronto. Os agentes conseguiram avançar até um beco, onde prenderam Wesley com um fuzil 555mm. Na sequência, em uma casa, policiais encontraram Rato com um rádio transmissor.
Rato tinha sido preso em 2013 e foi solto em julho.