InfoGripe mantém alerta de aumento de SRAG em crianças e adolescentes
“Na faixa etária de crianças e adolescentes, onde a gente tem observado aumento de SRAG desde a semana passada, de modo geral, o crescimento de casos de SRAG está relacionado a volta às aulas, quando as crianças passam mais tempo em ambientes fechados e em maior contato, favorecendo a transmissão dos vírus respiratórios”, esclarece a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella.
A SRAG abrange casos de síndrome gripal que evoluem com comprometimento da função respiratória. Entre os vírus respiratórios que levam à SRAG, predominam os da influenza A e B, o VSR e a Sars-CoV-2 (Covid-19), entre outros agentes.
“Em relação às recomendações, no caso das crianças e adolescentes, a gente recomenda que os pais ou cuidadores que evitem levar as crianças para a escola, caso elas apresentem algum sintoma de síndrome gripal. Se não for possível fazer esse isolamento com a criança e não tiver ninguém que possa cuidar dela dentro de casa até ela se recuperar, a gente recomenda que a criança ou adolescente vá para escola usando uma boa máscara, se for possível”, ressalta a pesquisadora.
Em relação aos idosos, diante desse quadro de aumento de casos de Covid-19 em algumas regiões do país, a especialista reforça a importância da vacinação contra o vírus, especialmente para as pessoas dos grupos prioritários, que precisam se vacinar todo ano ou até mesmo a cada seis meses, no caso dos idosos. “O uso de máscara é recomendado também para as pessoas que moram nos estados que apresentam aumento de casos de SRAG. A recomendação é usar máscaras principalmente em locais fechados, com maior aglomeração de pessoas, e também dentro dos postos de saúde”, diz.
Estados e capitais
No agregado nacional, há sinal aumento de SRAG nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Sete das 27 unidades federativas apresentam nível de atividade de SRAG em alerta ou risco até a SE 7: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Dentre essas UFs, quatro também sinalizam crescimento de SRAG. São elas Distrito Federal, Goiás, Sergipe e Tocantins.
A manutenção do aumento de casos de SRAG entre idosos, com sinais característicos de Covid-19, foi verificada nos estados das regiões do Norte e Centro-Oeste do país (Mato Grosso, Rondônia e Tocantins) além de Sergipe. No Tocantins, o crescimento também ocorre entre a população de jovens e adultos. Já em outros estados do Norte (Amapá, Pará e Maranhão), as ocorrências de SRAG associados à Covid-19 seguem em desaceleração ou em início de queda. No Distrito Federal e em Goiás, o crescimento de casos de SRAG se mantém entre crianças e adolescentes de até 14 anos.
A atualização aponta que oito das 27 capitais sinalizam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco, nas últimas duas semanas, até a semana 07- Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Palmas (TO), Teresina (PI) e Porto Velho (RO). Entre elas, sete apresentam de crescimento de SRAG: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Palmas (TO), Teresina (PI).
Ano Epidemiológico 2025
Referente ao ano epidemiológico 2025, já foram notificados 11.037 casos de SRAG, sendo 3.721 (33,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 4.091 (44,4%) negativos, e ao menos 1.573 (14,3%) aguardando resultado laboratorial. Entre os casos positivos do ano corrente, observou-se 6,6% para influenza A; 3% para influenza B; 12,4% para VSR; 20,2% para rinovírus; e 50,2% para Sars-CoV-2 (Covid-19)). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 7% para influenza A; 2,1% para influenza B; 14,7% para VSR; 19,5% para rinovírus; e 50.6% para Sars-CoV-2 (Covid-19).