Operação mira ‘lixão do tráfico’ no Caju; facção cobrava de empresas para aterrar área desocupada com dejetos
A Polícia Civil do RJ e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) iniciaram nesta quarta-feira (9) Operação Expurgo, contra um lixão do tráfico no Parque Alegria, no Caju, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O prejuízo ambiental na região está estimado em quase R$ 5 milhões. Um homem foi preso em flagrante.
Agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) saíram para cumprir 14 mandados de busca e apreensão contra traficantes do Terceiro Comando s e contra empresas de descarte de resíduos que passaram a jogar os dejetos de forma irregular na comunidade — e a facção criminosa cobrava por isso.
As investigações começaram após uma denúncia do Inea. A DPMA então apurou que o tráfico queria usar as toneladas de lixo para aterrar um grande espaço desocupado entre a Linha Vermelha e a Avenida Brasil, a fim de triplicar a área do Parque Alegria. O aterramento ilegal contaminou o lençol freático e matou a vegetação de mangue.
Lucro às custas do meio ambiente
Ainda de acordo com a DPMA, o despejo desenfreado tornou-se uma nova forma de exploração econômica da facção — e um negócio lucrativo para as empresas, que passaram a pagar aos narcotraficantes valores abaixo dos cobrados pelos Centros de Tratamento de Resíduos credenciados pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
Os agentes identificaram 10 empresas que praticaram de forma reiterada crimes ambientais na região. Uma delas, segundo a delegacia, é a Ciclus, que tem contrato com a prefeitura. A especializada descobriu que funcionários desviaram maquinários e equipamentos para os lixões clandestinos.