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Fazenda busca parcerias no Reino Unido para sistema financeiro verde

Representantes do Ministério da Fazenda participaram, nesta semana, da missão política “Serviços Financeiros e Transição Ecológica” (Financial Services and Greening the Financial System na língua original, em inglês), organizada pelo Ministério das Relações Exteriores, da Comunidade e do Desenvolvimento do Reino Unido ( Foreign Commonwealth and Development Office em inglês). O objetivo da viagem internacional foi incentivar o desenvolvimento sustentável e a troca de experiências sobre regulamentação financeira verde entre Brasil e Reino Unido.

“Essa viagem representa um passo significativo no avanço das agendas econômicas sustentáveis entre o Brasil e o Reino Unido, potencializando a atração de investimentos para a transformação ecológica e parcerias para enfrentar desafios ambientais e promover crescimento econômico inclusivo e sustentável no país”, explicou a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda (MF), Tatiana Rosito.

Além dela, pelo MF, participaram dos encontros em Londres, o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, o conselheiro de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal, Mario Augusto Almeida, e a diretora de Programa do Ministério da Fazenda, Carolina Grottera.

De acordo com Grottera, há muito interesse da comunidade internacional em investir em setores estratégicos para a Transformação Ecológica no Brasil. “Durante a missão, tivemos a oportunidade de mostrar que temos avançado na implementação de instrumentos financeiros inovadores, que reduzem o custo de capital e mitigam riscos associados à volatilidade cambial, além de seguir rigorosos critérios de sustentabilidade”, ressaltou.

Iniciativas estratégicas

A agenda de trabalhos incluiu a apresentação do programa Novo Brasil – Plano de Transformação Ecológica e do Eco Invest Brasil, além da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP) . “Os representantes brasileiros falaram sobre essas iniciativas estratégicas a investidores britânicos e internacionais, destacando as ferramentas inovadoras do programa Novo Brasil, que têm atraído investimentos externos significativos”, afirmou Grottera.

Os números do Eco Invest Brasil, que já captou R$ 45 bilhões e tem novos leilões programados para breve, e da BIP, que apresenta um portfólio de US$ 14 bilhões disponíveis para investimentos em infraestrutura e desenvolvimento sustentável, chamaram a atenção dos britânicos.

As reuniões também abrigaram discussões sobre alinhamentos regulatórios, em que foram analisados caminhos para harmonizar as regulamentações do sistema financeiro brasileiro às metas estratégicas do Novo Brasil e da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).

COP30

A agenda incluiu uma mesa-redonda entre autoridades brasileiras e britânicas sobre a COP30, sediada pelo Brasil. No encontro, organizado em colaboração com a Embaixada do Brasil em Londres, os representantes do MF destacaram a mobilização de ministros da fazenda, liderada pelo Brasil, para viabilizar pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano para o financiamento climático dos países em desenvolvimento até 2035 ( Roadmap Baku Belém to 1.3T ), o Fundo Internacional para a Preservação das Florestas Tropicais (TFFF), além da importância da integração do mercado internacional de carbono e da interoperabilidade das taxonomias sustentáveis.

As autoridades do Reino Unido compartilharam experiências bem-sucedidas da COP26, realizada em Glasgow em 2021, enfatizando a relevância da continuidade e da preparação contínua, ao longo do ano, para que o Brasil possa apresentar projetos prioritários durante a conferência, a se realizar em Belém (PA), em novembro deste ano.

Segundo a secretária de Assuntos Internacionais, os encontros contribuíram para o fortalecimento das relações bilaterais Brasil-Reino Unido. “A viagem consolidou ainda mais a parceria estratégica entre os dois países, especialmente na agenda de crescimento verde, desenvolvimento tecnológico sustentável, mercado financeiro e de capitais, seguros e fundos de pensão com critérios ESG”, avaliou Rosito.

Também fizeram parte da missão representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de reguladores financeiros brasileiros, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Do lado britânico, participaram representantes do governo, incluindo do City of London Corporation e Financial Conduct Authority (FCA), além de investidores privados nacionais e internacionais.

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