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Castro diz que vai investigar falta de câmeras em policiais em operação no Complexo da Penha

O governador Cláudio Castro (PL) disse, nesta quinta-feira (3), que abriu uma sindicância para apurar o motivo da ausência de câmeras acopladas nos uniformes dos policiais que realizaram a operação no Complexo da Penha, nesta quarta-feira (2), na Zona Norte do Rio, que terminou com 10 pessoas mortas e cinco feridas.Durante a inauguração do Ambulatório Susana Naspolini, no Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul, Castro afirmou que está investigando os agentes do Comando de Operações Especiais (COE), da Polícia Militar, e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, que participaram da ação. Segundo o governador, a orientação é que esses policiais usem câmeras durante operações rotineiras.

“A orientação é ter câmeras, sim. Nós já abrimos a sindicância para entender quem estava, quem não estava, porque estava, porque não estava, mas a orientação é ter câmera. O que eu defendo sempre é que operações com inteligência policial não podem ter, mas operações rotineiras tem que ter. Então, nós já estamos cobrando à polícia e já foi aberto uma sindicância para a gente entender quem estava e quem não estava e também entender as imagens de quem estava”, disse.

Em junho, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um recurso do governo e manteve a decisão de que agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Core devem usar câmeras em seus uniformes.

No recurso, o governo usou o argumento de que a medida poderia pôr em risco os policiais. “Não seria producente revelar as suas técnicas, as suas táticas e os seus equipamentos para os criminosos. Uma questão de bom senso e uma diretriz de operações especiais”, afirmou o estado.No entanto, Fachin manteve a decisão para que sejam instalados os equipamentos em todos os agentes policiais. O ministro fez uma ressalva quanto aos agentes que estejam desempenhando atividades de inteligência.

“Atividades de inteligência, tais como o reconhecimento avançado e o recrutamento operacional, a infiltração de agentes, a coleta de informações com testemunhas que podem ter a vida ameaçada são exemplos de atuações que podem dispensar o uso das câmeras corporais, seja para proteger o agente do Estado, seja para proteger os moradores das comunidades. Essas atividades, no entanto, não coincidem necessariamente com todas as operações realizadas por batalhões ou unidades especiais ou mesmo por todos os agentes que integram essas unidades. Sempre que houver emprego de força não relacionado às atividades de inteligência devem os agentes do Estado portar as câmeras corporais”, determinou.

Questionada, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que está em fase de elaboração uma resolução conjunta com a Secretaria de Estado de Polícia Civil que vai regulamentar o uso das câmeras corporais pelas forças especiais.

“Cabe informar que o cronograma de implantação foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e será respeitado conforme determinado pela Corte”, disse em nota.
Castro diz que operação foi bem sucedida
O governador aproveitou para elogiar a atuação dos policiais na operação do Complexo da Penha. Na ação, 10 pessoas morreram, sendo nove após confronto com os agentes. Outras cinco ficaram feridas, incluindo dois policiais militares. Ambos os agentes já tiveram alta. Os outros três feridos continuam internados no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, com quadro de saúde estável.“O Rio não terá bagunça. Não venham para cá achando que vai ter bagunça no Rio de Janeiro porque aqui não terão vida fácil. Continuaremos fazendo o trabalho de investigação, de inteligência, mas continuaremos fazendo o combate duro, dentro da lei, mas na rigidez que tem que fazer seguindo a técnica da polícia. Queria elogiar a polícia pela operação de ontem. A operação foi bem sucedida. Se teve algum erro, nós, com todo devido processo legal, acharemos quem errou. Se houve, será punido, mas hoje o policial não é punido previamente. Ele errou, tem todo o devido processo legal e aí, se for comprovado, como todo mundo que erra, ele terá a punição dentro do tamanho do seu erro. Aqui a gente não criminaliza quem está trabalhando para libertar o público”, completou.

Entre os suspeitos mortos já identificados estavam Carlos Alberto Marques Toledo, o Fiel da Penha, e Cláudio Henrique da Silva Brandão, o Do Leme. Ambos acumulavam mandados de prisão em aberto e eram réus por organização criminosa e extorsão. Eles eram apontados por pertencerem ao grupo criminoso comandado por Thiago do Nascimento Mendes, o ‘Belão’, que extorque moradores no Quitungo, em Brás de Pina, Zona Norte.

Além dos mortos e feridos, sete fuzis, munições e granadas foram apreendidas. Barricadas, que bloqueavam diversas vias do complexo, também foram removidas. A ação desta quarta-feira (2) teve como objetivo localizar e prender integrantes do Comando Vermelho (CV), que domina a região, após um monitoramento do Setor de Inteligência ter indicado que ocorreria uma reunião de lideranças da facção no local.

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