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CGU publica Relatório de Gestão Fiscal do terceiro quadrimestre de 2023

A Controladoria-Geral da União (CGU), por meio da Secretaria Federal de Controle Interno (SFC), ratificou os dados do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) relativo ao 3º quadrimestre de 2023. O documento foi publicado na Seção 1 – Extra B do Diário Oficial da União do dia 30/01/2024 deste ano e cumpre os termos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A avaliação dos limites fiscais é feita nos meses de maio, setembro e janeiro, em relação ao quadrimestre encerrado. A atividade tem por objetivo garantir a confiabilidade dos demonstrativos produzidos pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), e assegurar o cumprimento dos limites de execução da despesa do Poder Executivo Federal.

Foram analisados os demonstrativos de despesas com pessoal, da dívida consolidada, das garantias e contragarantias, das operações de crédito e da disponibilidade de caixa e restos a pagar, sendo que a Receita Corrente Líquida (RCL) é o parâmetro utilizado para cálculo dos limites, conforme estabelecido na LRF. No 3º quadrimestre de 2023, a RCL dos últimos doze meses, divulgada pela STN/MF, atingiu o montante de R$ 1.233,71 bilhões, representando uma elevação de 2,17% em relação ao quadrimestre anterior e redução de 1,57% em comparação ao 3ºQ2022.

A relação entre a Despesa Total com Pessoal e a Receita Corrente Líquida (RCL), no âmbito do Poder Executivo Federal, ficou em 20,51%, abaixo do limite fixado de 37,90% para a União, e teve pequeno recuo comparando-se com o percentual atingido no 2º quadrimestre de 2023, que foi de 20,56%.

Ressalte-se que os limites das dívidas Consolidada Líquida e Mobiliária, para a União, ainda não foram regulamentados pelo Senado Federal e Congresso Nacional. Na ausência desse limite legal, o Tribunal de Contas da União (TCU) vem considerando como limite indicativo o referencial de 350% da RCL para a Dívida Consolidada Líquida da União e de 650% da RCL para a Dívida Mobiliária, conforme proposto pelo Poder Executivo.

A Dívida Consolidada Líquida da União encerrou o 3º quadrimestre de 2023 em R$ 6,101 trilhões, contra R$ 5,630 trilhões observados no 2º quadrimestre de 2023, representando um crescimento de 8,37% (cerca de R$ 471,15 bi). A variação da dívida líquida decorreu, principalmente, do aumento da Dívida Mobiliária Interna em mercado (R$ 568,50 bi) e da Dívida em carteira no BCB (R$ 163,12 bilhões). Pelo lado das deduções, destaque para a conta de Haveres Financeiros (R$ 131,48 bi). Veja o Gráfico a seguir com a evolução dos percentuais da dívida mobiliária e da dívida consolidada líquida:

 

Nesse 3ºQ2023, a Dívida Mobiliária voltou a ser descumprida, atingindo o valor de 712,57%, acima do limite de 650%, assim como o valor da DCL, que foi de 494,55% em relação a RCL, portanto acima do referencial de 350%.

Um importante mecanismo para controle do potencial endividamento da União diz respeito às garantias concedidas e respectivas contragarantias de valores recebidas pela União. O art. 9º da Resolução nº 48/2007 do Senado Federal fixa o limite de 60% da RCL para o montante das garantias concedidas pela União em operações de crédito externo e interno. Já as contragarantias constituem exigência do §1º do art. 40 da LRF.

No 3º quadrimestre de 2023, houve queda de 0,52% no total de Garantias passando de R$ 294,032 bilhões para R$ 292,52 bilhões, variando percentualmente, em relação à RCL, de 24,35% para 23,71%.

O Demonstrativo das Operações de Crédito apresenta o endividamento público ao longo do exercício. Enquanto a dívida é acompanhada pelo saldo a cada quadrimestre (estoque), o controle das operações de crédito se dá pelo fluxo das receitas das contratações ao longo do exercício em análise e, portanto, o controle do limite só faz sentido quando da apuração do demonstrativo do 3º quadrimestre, quando do encerramento do ano.

No 3º quadrimestre de 2023, o valor das contratações de operações de crédito do período alcançou a importância de R$ 1.754,79 bi (pela metodologia atualmente utilizada). Nesse sentido, como vem ocorrendo em anos anteriores, o item mais representativo da classificação foi a “Amortização/refinanciamento do principal de dívidas” cujo montante atingiu R$ 1.662,42 bi e o Aporte ao BCB no valor de R$ 614,06 milhões, sendo que tais valores são dedutíveis das operações para fins de limite. Assim, subtraindo-se as contratações do período pelas citadas deduções, restaram R$ 91,75 bi de operações para fins de cálculo do limite, sendo, portanto, o percentual correspondente a 7,44% da RCL (R$ 1.233,71 bilhões), cumprindo o limite estabelecido na Resolução do Senado de 60% da RCL.

Assim, os limites estabelecidos na LRF para os demonstrativos de pessoal, das garantias e contragarantias, das operações de crédito e das disponibilidades de caixa e restos a pagar foram cumpridos no 3º quadrimestre de 2023. Quanto aos limites referenciais da Dívida Consolidada Líquida (350%) e da Dívida Mobiliária (650%), registra-se que ambos foram extrapolados, alcançando nesse quadrimestre, 494,55% e 712,57% da RCL, respectivamente.

Acesse o documento na íntegra aqui.

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