Artur Jorge justifica Tiquinho no banco e projeta Botafogo “menos sofredor e mais dominador”
Em sua primeira partida no estádio Nilton Santos como treinador do Botafogo, Artur Jorge saiu com o que precisava, uma vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-GO, pelo Brasileiro. Ao fim do jogo desta quinta-feira, ele explicou que ficou insatisfeito com o desempenho de sua equipe apesar do resultado. O treinador também justificou a ausência de Tiquinho entre os titulares no início da partida.
– A vitória é o que fica. Primeiro jogo em casa, uma vitória, em frente aos nossos torcedores. Muito satisfeito pelos três pontos, não tanto pelo que fizemos. Temos a sensação clara de que podemos e devemos fazer muito melhor. Fica o registro de uma vitória em que a equipe lutou muito. Foi competente defensivamente quando teve de sofrer e estar mais próxima da nossa baliza. Mas diferente para o que queremos para o Botafogo. Queremos uma equipe menos sofredora e mais dominadora. Hoje não aconteceu isso e ficamos com os três pontos – considerou.
O Botafogo abriu o placar ainda no primeiro tempo e teve outras oportunidades de ampliar. Faltou, no entanto, precisão aos atacantes. E em alguns momentos jogou um futebol truncado. Mais físico do que técnico.
A ausência de Tiquinho entre os titulares surpreendeu na escalação divulgada no início da partida. O técnico justificou a escolha por Matheus Nascimento.
– Temos que avaliar o contexto. Viemos de dois jogos exigentes no ponto de vista físico. Queríamos poupar o Tiquinho neste jogo, em consonância com ele, conversamos antes. Vamos ter domingo um novo jogo, Libertadores e Flamengo a seguir. Uma sequência de jogos difíceis. Também temos que passar a mensagem de que temos que ter um elenco capaz e equilibrado para darmos resposta às exigências – explicou.
A vitória também carrega uma importância para o moral da equipe. Desde agosto do ano passado, o Botafogo não vencia no estádio Nilton Santos pelo Campeonato Brasileiro.
Na próxima rodada, o Alvinegro volta ao Nilton Santos, para enfrentar o Juventude, no domingo, às 18h30, também pelo Brasileirão.
Ainda sobre Tiquinho e Matheus Nascimento
– Hoje de uma forma consciente, de total acordo com o atleta, porque volto a dizer, conversei com ele sobre isso, porque senti que podia ser um importante de fazer descansar. Ao contrário daquilo que eu queria, logo após os 20 minutos, tivemos que colocá-lo em campo. Vocês viram que fisicamente ele terminou mais desgastado. Hoje era a ideia tendo também confiança naquilo que Matheus (Nascimento) podia fazer e aquilo nos desempenhamos enquanto missão, infelizmente ele saiu mais cedo sem poder agarrar a oportunidade de poder agarrar tão bem a oportunidade que era tão bom para ele.
Desempenho
– Tivemos um bom desempenho ofensivo. Disse aos atletas. As últimas palavras foram: “hoje é dia de ganhar”. Ponto. Era importante para nós. Eu não sabia das estatísticas. Estamos na segunda rodada, vencemos em casa, muito importante, com desempenho que sabemos que não queremos. Sabemos que em outros jogos não vai ser o suficiente para ganhar. Teve um esforço para lutar, sofreu unida, em conjunto. São valores que estamos criando e serão importante no percurso. Há necessidade de termos um elenco capaz, com energia renovável com uma ou outra alteração. Este tem que ser nosso porto seguro. Jogar aqui tem que ser porto seguro. Tem que ter controle das emoções. Poderíamos ter feito o segundo gol com o Junior. Ficamos muito perto em termos de resultado o que fez com que a equipe se unisse, se defendesse. Queremos consistência enquanto equipe e enquanto elenco.
Projeções para Universitário e Flamengo
– Não vou negar que minha projeção é feita com tema mais longo. Minha prioridade é vencer o Juventude para depois pensar nos jogos seguintes.
Capacidade da equipe de sofrer
– Soubemos sofrer. Foi uma das grandes características da temporada anterior. Também temos que saber mandar. Hoje fomos mais sofredores. O que sentimos no final, foi no sentido de ver essa vitória como passo importante para o crescimento. Nós temos 50% de capacidade para podermos fazer aquilo que nos é exigido. Eu senti essa ansiedade vinda de fora, é natural que os jogadores também. Temos que sentir em casa o porto seguro, temos que sentir um só, para que seja difícil para o adversário. Isso se faz com o tempo, confiança. Há momentos melhores que outros, hoje fica a vitória. O elenco está trabalhando dedicadamente. Nesse sentido eu digo que temos margem para evoluir e isso se faz com tempo.
Mudanças táticas
– Vocês viram que hoje a questão de termos o Matheus atrás do Junior no processo defensivo para podermos controlar os três homens que o Atlético-GO tinha para jogar por dentro. Precisamos dos laterais mais projetados para poder dar mais fluidez. São dinâmicas que estamos trabalhando, momentos que precisamos melhorar. Nesse aspecto, estou satisfeito por isso, porque os atletas tem esse cuidado de trabalhar com afinco, de tenta fazer e escutar. No primeiro tempo, tivemos muitos momentos bons, de bom futebol, de paciência, sem se precipitar e tentar chegar na outra área com passe longo. Com evolução que cremos que a equipe possa ter de preparar o ataque de chegar o gol contrário não por um chutão. Quero a equipe jogar bem. Isso precisa de paciência, qualidade e dedicação dos atletas. Isso temos tido.
Possibilidade de poupar mais jogadores
– Vamos avaliar quando o momento chegar. É um compromisso do elenco, todos têm que estar preparados. Temos muitos jogos pela frente, em pouco tempo. Só com um elenco forte, capaz, com equilíbrio de qualidade que será possível atingir os objetivos. Temos o Brasileiro, Libertadores, Copa do Brasil e não vamos descuidar de nenhuma delas. Vamos dar o nosso melhor para seguirmos mais além. Conto com jogadores para dar a resposta, sei que também é a intenção deles.
Importância da torcida
– É fundamental para ganhar jogos, o apoio da torcida. A energia quando é positiva é importantíssima para que possa empurrar a equipe, para no final ganharmos juntos. É o que quero, ganhar com os torcedores. Que sejam o elemento extra para chegar à vitória.
Substituição de Luiz Henrique
– Nesse momento sabemos que o Luiz vem de um período parado. Fez esses três jogos e está crescendo. É um jogador que contamos. Hoje foi substituído porque estava esgotado, por gente preparada para mostrar valor e precisávamos de energia nova naquele momento.
Danilo Barbosa reserva
– Neste momento, todo o elenco é titular. Depois tenho que escolher onze. O Danilo foi titular em outra partida. Não foi titular no Cruzeiro nem hoje, mas conheço bem, desde Portugal. Vai continuar a ser titular da equipe, provavelmente vai voltar a começar os jogos. Vai depender do que planejo para os jogos.
Adaptação
– Estou me adaptando. Estou gostando muito. Em relação à cidade, tive pouco tempo para explorar. Estou completamente apaixonado pelo Botafogo, o trabalho que desenvolvo as pessoas que estão comigo. Estou empenhado em ter sucesso. Minha relação com os atletas é de grande franqueza e cumplicidade. Sou mais um para ajudar.
Utilização de quatro atacantes
– Eles têm também o compromisso defensivo, aliás. Não invalida jogar com quatro atacantes que têm esse compromisso defensivo, aquilo que é uma ideia que nós temos, eu diria que é muito mais do que jogar com quatro atacantes, é as dinâmicas que queremos criar na equipe, e hoje não foi tudo bom, hoje ganhando nós digamos que não foi tudo bom, nem tudo correu bem, e que tivemos muita coisa para poder corrigir e vamos amanhã fazê-lo e no dia seguinte igual, aquilo que é importante para mim é como que os jogadores percebam e se identifiquem também com essa ideia, porque mais do que a questão dos quatro atacantes, é uma estrutura que é montada que tem um compromisso defensivo e ofensivo de trás para frente ou de frente para trás mas onde nós queremos, acima de tudo, com que haja uma dinâmica em que todos percebam aquilo que a equipe pede e que o jogo pede, quando chegarmos mais próximos disso seguramente vamos ficar mais confortáveis no jogo porque vai ajudar uma dinâmica, um desenvolvimento e uma fluidez mais interessante de poder vermos esse Botafogo jogar
Análise da construção que ele tem e da expectativa para jogo da Libertadores
– Nós temos um longo caminho a percorrer, não só naquilo que é a temporada, os objetivos imediatos que temos. Para mim nesta altura, a grande importância é o Juventude no domingo. O jogo seguinte pensaremos nele depois de vencer o Juventude, que é esse o objetivo que teremos para esse jogo, mas temos um longo caminho a percorrer de construção, de consolidação de ideias, de também termos a equipe que compre a ideia que nós trazemos. Neste momento há claramente uma intenção, uma entrega, uma disponibilidade de todo o elenco em poder desempenhar aquilo que nós procuramos que a equipe faça. Como disse hoje era importante a equipe vencer por que sabemos que todo um processo tem tempo e nós temos pouco tempo nessa altura do trabalho. O processo se faz também em cima de vitórias, portanto hoje considero que a vitória foi o fator mais importante para nós podermos validar a ideia que temos e que processos nós queremos utilizar daqui para frente para podermos ser capazes de sustentar o que vamos trabalhar diariamente.