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Idealizadora da Força Nacional e enfermeira do SUS há 23 anos atua na emergência do Rio Grande do Sul

A enfermeira Conceição Mendonça, uma das idealizadoras da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), atua diretamente na resposta do Ministério da Saúde às fortes chuvas e inundações que afligem o Rio Grande do Sul desde o início de maio. A enfermeira coordena as ações de Diagnóstico Vivo e Planejamento da Força junto ao Centro de Operações de Emergência (COE-RS) da pasta, trazendo experiência e sensibilidade às equipes envolvidas.

Natural do estado de Sergipe e especialista em urgências e emergências, Conceição dedica-se à saúde pública há 23 anos e já atuou em outras grandes crises, como no incêndio na Boate Kiss, que deixou 242 mortos e 636 feridos em 2013, na cidade de Santa Rosa, e no desastre climático da região serrana do Rio de Janeiro em 2011, que deixou 905 mortos, além de feridos e desabrigados.

Participando diretamente do socorro às vítimas na serra fluminense, Conceição e outros profissionais perceberam a necessidade da criação de uma força técnica e coordenada de resposta às emergências de saúde que extrapolassem a capacidade local, com a possibilidade de convocar voluntários de outras regiões do país. A Força Nacional foi instituída pelo Ministério da Saúde neste contexto, através da publicação do Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011.

“Sendo mulher e vindo de uma família humilde do Nordeste, eu me sinto extremamente feliz por saber que hoje eu sou o SUS”, explica a enfermeira, “por lembrar que contribuí para a elaboração da Força Nacional, este grupo voltado para salvar o maior número de vidas”.

 

Experiência e sensibilidade

A experiência de profissionais como Conceição é vital no enfrentamento às situações de emergência em saúde pública, como a que atinge o Rio Grande do Sul, e contribui para a coordenação e encorajamento dos profissionais voluntários da Força Nacional. “A gente tem esse cuidado de acolher esses profissionais dentro de um contexto ético, de respeito e, principalmente, de buscar garantir a sua segurança”, continua a profissional, que também trabalhou em missões em territórios indígenas e nos preparativos para a Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil, entre outras emergências.

Além da experiência, a sensibilidade também é fundamental para o sucesso de missões como o socorro à população gaúcha.

“Muitas pessoas atingidas perderam tudo o que construíram, e nós choramos com as mães preocupadas pelos filhos e sorrimos quando descobrem que estão bem”, completa. “Nós compartilhamos os sentimentos delas e, às vezes, um olhar é o exemplo de uma cura”, declara Conceição.

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