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Ministério do Esporte amplia programa Semear com foco em pessoas com deficiência e igualdade de gênero

O esporte é um instrumento de transformação social em sua plenitude, promovendo o direito à cidadania e a inclusão das pessoas com deficiência. Com base nessa premissa, o Ministério do Esporte (MEsp) lançou nesta terça-feira (10) a ampliação do programa Semear, que traz novos eixos de atendimento e amplia o público assistido.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 18,6 milhões de pessoas com deficiência com dois anos ou mais, representando 8,9% da população nessa faixa etária. No entanto, o Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR) revela que 75,38% dos municípios brasileiros não oferecem nenhum programa voltado à atividade esportiva para pessoas com deficiência.

O programa Semear do Ministério do Esporte busca mudar essa realidade e democratizar o acesso à prática esportiva para pessoas com deficiência de todas as idades, além de criar ambientes para iniciação no paradesporto. O eixo Semear Paradesporto é destinado a crianças a partir dos seis anos e jovens até 18 anos incompletos. Já o eixo Semear para Toda a Vida também inclui crianças a partir de seis anos, mas foca no atendimento de adultos e idosos.

“Além de ampliar o acesso para as pessoas com deficiência, identificamos um público adulto e idoso que não estava sendo atendido pelos nossos programas de práticas esportivas. Por isso, decidimos democratizar ainda mais esse acesso. Na prática, vamos fomentar a abertura de núcleos do programa em todo o país, para que mais pessoas com deficiência pratiquem esportes e, além de formar atletas, tenham qualidade de vida”, afirma o ministro do Esporte, André Fufuca.

A implantação do programa Semear será feita por meio de parcerias entre a Secretaria Nacional de Paradesporto, Estados, Distrito Federal, municípios e entidades do terceiro setor. A meta do MEsp é implementar, até o final deste ano, pelo menos cinco núcleos do programa em todo o país, cada um atendendo pelo menos 50 beneficiários em atividades esportivas.

Para o secretário Nacional do Paradesporto, Fábio Araújo, será um trabalho conjunto entre a sociedade e o Estado. “Por meio da criação de núcleos de atendimento gratuitos, o programa promove a prática esportiva e atividades físicas como instrumentos de aprendizagem. O Semear poderá ajudar a identificar talentos no paradesporto, fomentar a prática esportiva em diferentes níveis e apoiar o desenvolvimento integral da pessoa com deficiência”, destaca Araújo.

O público feminino terá direito a 50% das vagas.Foto: Ronaldo Caldas/Mesp

Modalidades esportivas

Os núcleos serão divididos em formação esportiva (incluindo atividades inclusivas, educativas, culturais e lúdicas) e iniciação à excelência esportiva, abrangendo serviços de vivência, fundamentação, aprendizagem paradesportiva e especialização esportiva, conforme a Lei Geral do Esporte (Lei 14.957/2023).

“Vamos incentivar atividades lúdicas, culturais e físico-motoras dentro da prática esportiva. É incluir o esporte e as atividades físicas para as pessoas com deficiência, que são fundamentais para a reabilitação, vivência e o desenvolvimento de aptidões por meio do esporte”, afirma Rodrigo Abreu, coordenador Geral de Planejamento e Monitoramento de Políticas Públicas Paradesportivas do MEsp.

Com o objetivo de oferecer diversas modalidades esportivas ao público-alvo, os núcleos poderão desenvolver modalidades paralímpicas e outras modalidades do paradesporto, como o parasurf e o paraskate.

 

Mulheres no esporte

Os dados da PNAD mostram que das 18,6 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, mais da metade são mulheres, totalizando 10,7 milhões, o que representa 10% da população feminina do país. Para estimular o protagonismo feminino e ampliar a participação das mulheres no paradesporto, no mínimo 50% das vagas nos núcleos do Semear serão destinadas a este público.

“Vamos priorizar a inserção de meninas e mulheres na prática esportiva. Nosso compromisso é garantir que elas tenham as mesmas oportunidades, visibilidade e respeito que merecem, construindo assim um ambiente mais inclusivo e justo para todos”, assegura Fufuca.

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