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‘Alarmes’ contra queimadas: UFRJ usa inteligência artificial em imagens de satélite para acompanhar incêndios florestais no Brasil

Um sistema da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) usa inteligência artificial (IA) e satélites para mapear — quase que em tempo real — as áreas queimadas e alertar os órgãos ambientais.

Alunos e professores do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, da UFRJ, monitoram cerrado, Pantanal e Amazônia diariamente.

O sistema combina dados de satélites da Nasa com inteligência artificial e mostra o quanto de cada bioma já foi atingido pelo fogo. Os dados são comparados com fotos e informações coletadas em campo por brigadistas.

“É muito importante ter essas informações em tempo rápido para tomada de decisão, não só do combate, por exemplo, sabendo das áreas que já foram afetadas, a extensão e a localização dessas áreas para o melhor direcionamento do contingente de combate”, explica a coordenadora do laboratório e professora da UFRJ, Renata Libonati.

“A partir do momento que identificamos com rapidez essas áreas que foram afetadas, podem não só auxiliar o resgate de animais, mas toda parte de recuperação dessa vegetação que foi consumida.”

Na Amazônia, 12 milhões de hectares pegaram fogo este ano, quase 3% do total. No cerrado, foram quase 13 milhões de hectares queimados — 6% da área.

O Pantanal é a região mais incendiada do país, de acordo com a proporção do território. Mais de 13% do bioma já foi devastado somente este ano.

As áreas destacadas no mapa abaixo mostram os incêndios que aconteceram na última semana.

Mapa com as áreas queimadas no Brasil de 18 a 25 de setembro — Foto: Reprodução/TV Globo
Mapa com as áreas queimadas no Brasil de 18 a 25 de setembro

Todo mundo pode acessar a plataforma e acompanhar as áreas devastadas pelo fogo. Mas a principal função do Sistema Alarmes é fornecer informações precisas aos órgãos ambientais.

O Governo Federal utiliza os dados e pelo menos 14 estados da federação também. É o caso de Mato Grosso do Sul, que firmou parceria com o laboratório.

“Daqui a 5 dias eu vejo praticamente para toda a região do Mato Grosso do Sul e do Pantanal tá em extremo, ou seja, toda atenção precisa ser voltada para essa região”, fala o estudante de doutorado em Meteorologia, Liz Barreto.

“Então essas camadas elas vão auxiliar justamente para ele ver na sua propriedade qual a região que precisa ter mais atenção, para que ele consiga manejar de forma correta e assim prevenir os incêndios.”

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