Sociedade civil, Governo Federal e instituições promovem encontro nacional de cozinhas solidárias
O primeiro Encontro Nacional do Programa Cozinha Solidária: uma política pública em construção, teve início na manhã desta terça-feira (12/11), na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Brasília. Promovido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) junto a diversos parceiros, o evento vai permitir o fortalecimento dessas tecnologias sociais de combate à fome.
A troca de experiências com outros responsáveis pelas cozinhas solidárias no país e com gestores públicos foi um dos motivos que trouxe Ângela Comunal à capital federal. Ela é vice-presidente da Associação de Mulheres Maria da Glória, no Morro da Cruz, em Porto Alegre. “Para nós, esse primeiro encontro serve para mostrar o que estamos fazendo lá na base e também escutar muito e levar isso para aquelas gurias.”
Um mapeamento do MDS identificou 2,4 mil cozinhas solidárias no Brasil. Destas, cerca de 360 estão sendo apoiadas por meio do primeiro edital do Programa, organizado em três modalidades: apoio à oferta de refeições; fornecimento de alimentos in natura e minimamente processados e; apoio à capacitação do público que atua nas cozinhas.
O titular do MDS, Wellington Dias, participou da cerimônia de abertura e ressaltou os esforços do Governo Federal no combate à insegurança alimentar. “Nós vamos até 2026, pela segunda vez, sob a liderança do presidente Lula, tirar o Brasil do Mapa da Fome”, projetou o ministro, para reforçar a importância das cozinhas solidárias nessa missão. “A cozinha solidária entrou no coração do Brasil. Este encontro é muito importante para que possamos sair ainda mais preparados e continuar esse trabalho”.
O Programa Cozinha Solidária apoia iniciativas da sociedade civil que fazem o alimento chegar aos brasileiros que enfrentam insegurança alimentar e escassez nutricional. Ao todo, o MDS já investiu R$ 120 milhões para ações de apoio às cozinhas solidárias. Para a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal, a realização deste primeiro encontro ajudará a fortalecer ainda mais o Programa.
“Nós temos representantes de várias unidades gestoras do Brasil. Será um encontro muito importante para que nós, do Governo Federal, possamos aperfeiçoar o Programa e para que as cozinhas tenham mais informações e possam trabalhar adequadamente conosco”, explicou.
O vice-presidente da Fiocruz, Hermano Castro, lembrou do quanto as cozinhas foram fundamentais no período da pandemia. “Estive em um evento de cozinhas de terreiros e fiquei muito emocionado. Porque foram as cozinhas de terreiro que garantiram a alimentação de muitos brasileiros no tempo da pandemia.”
Para ele as cozinhas solidárias são espaços de cidadania que devem ser preservados. “Precisamos construir políticas públicas cidadãs, construir um sistema que permaneça e dialogue com os territórios e garanta o alimento de qualidade para toda a população”, enfatizou.
A presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Elizabetta Recine, avaliou que as cozinhas solidárias são espaços de resistência onde as políticas públicas conseguem se fortalecer. “As cozinhas vieram de um processo político e precisam manter essa origem. Precisamos garantir que o espaço da entrega do alimento seja também o espaço da cidadania.”
Em 2023, o MDS repassou R$ 38 milhões para a oferta de cinco mil toneladas de alimentos a 222 cozinhas.
Apenas para atendimento das cozinhas solidárias com alimentos adquiridos por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foram disponibilizados R$ 45 milhões este ano.
O MDS está formalizando parceria com 23 entidades gestoras que vão apoiar 410 cozinhas, apoiando a oferta de 14.109.380 refeições ao longo de um ano.
São 898 cozinhas solidárias habilitadas pelo Programa do MDS e 165 entidades gestoras credenciadas para operacionalizar os recursos da iniciativa.
Apoiadores
Além do apoio do MDS por meio da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) e da Fiocruz, o evento conta com o apoio da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), da Agenda de Saúde e Agroecologia, do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin), do Departamento de Promoção da Alimentação Saudável (Desau), e da Coordenação-Geral do Programa Cozinha Solidária (CGPCS).
A programação do encontro conta com mesas de discussões, grupos de trocas de conhecimentos e experiências, oficinas temáticas e atividades culturais. O evento vai até esta quarta-feira (13.11). As mesas de discussões podem ser acompanhadas ao vivo.