POLÍTICA

Argentina quer fortalecer parceria com o Brasil no Atlântico Sul

A Argentina quer que o Brasil e o Uruguai fortaleçam sua presença nos mares do Atlântico Sul, em acordos de cooperação científica, ambiental e logística. Além disso, preocupada com a grande presença de militares britânicos nas Ilhas Malvinas (ou Ilhas Falkland, para os ingleses), Buenos Aires quer o apoio para a reativação de uma zona de paz, com a participação dos países africanos.

Com a missão de transmitir esse recado para autoridades brasileiras, o secretário de Malvinas, Antártida e Atlântico Sul da Argentina, Guillermo Carmona, veio a Brasília para uma agenda de dois dias e depois seguirá para o Uruguai e o Chile. Ao GLOBO, ele afirmou que também pretende agradecer ao governo do Brasil o apoio que sempre foi dado à reivindicação da soberania argentina sobre o arquipélago.

— Malvinas, Antártida e Atlântico Sul são um tripé estratégico para a Argentina. Temos uma cooperação com o Brasil muito importante, mas queremos passar a um nível de maior envergadura e de importância —afirmou Guillermo.

Herdadas da coroa espanhola após a independência argentina, mas sob o domínio britânico desde 1833, a ilhas foram motivo de uma guerra que durou 74 dias, na década de 1980. Os ingleses expulsaram os argentinos do arquipélago e, anos depois, em 2013, realizaram um referendo em que grande parte dos habitantes escolheram o Reino Unido.

Mas o governo argentino jamais aceitou esse resultado e sempre busca retomar um processo de negociação sob o respaldo das Nações Unidas. No início de abril, quando a guerra completou 40 anos, o presidente daquele país, Alberto Fernández, voltou a reivindicar a soberania sobre o arquipélago, localizado no Atlântico Sul, a pouco menos de 600 quilômetros da costa argentina.

— As Malvinas foram, são e serão argentinas. Jamais cederemos em nossas reivindicações — declarou Fernández nos jardins do Museu das Malvinas, na capital argentina.

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