Polícia investiga se grupo paramilitar de Zinho controla área que era explorada por milícia de Tandera
A Polícia Civil investiga a informação de que Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia da Zona Oeste do Rio, estaria administrando ações da milícia em pontos do Bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A região era administrada anteriormente pelo miliciano Danilo Dias Lima, o Danilo Tandera, inimigo de Zinho e também responsável por chefiar um grupo paramilitar. Dados de inteligência, recebidos pela polícia, revelam que homens do bando de Tandera encarregados de explorar negócios irregulares no bairro teriam migrado para o grupo de Zinho. Este último, inclusive, teria ordenado uma suspensão temporária da cobrança de taxas na localidade até que o terreno esteja completamente sob o domínio de sua quadrilha..
De acordo com investigações da polícia, Danilo Tandera está enfraquecido e perdeu 19 fuzis em menos de dez dias. As armas foram apreendidas em duas ações realizadas por homens da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco-IE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Numa delas, no dia 20 de agosto, quatro suspeitos foram mortos, entre eles Delson Lima Neto, o Delsinho, irmão de Tandera, em um sítio, em Cabuçu. Nesta segunda-feira, homens da Draco e da Core voltaram a dar um novo golpe na mesma quadrilha. Os agentes localizaram uma casa, no bairro Ipiranga, onde funcionaria uma espécie de paiol do grupo paramilitar. Ninguém foi preso na ação.
Mesmo assim, os agentes apreenderam no local, entre outras coisas, munição, seis réplicas de fuzil e 14 bombas de fabricação caseira com capacidade para destruir blindados.
—Chegamos ao material através de um trabalho de inteligência. Foram duas mil balas de fuzil e de pistola. Também apreendemos 80 carregadores e 14 artefatos explosivos com capacidade de destruir blindados. . Todo este material seria do grupo chefiado por Danilo Tandera — explicou o delegado Ricardo Carreretto, que integra a equipe de delegados da Draco.
Procurada, a Secretaria estadual de Administração Penitenciária confirmou que no dia 25, mesma data em que 16 fuzis do grupo de Tandera foram apreendidos em Nova Iguaçu e cinco dias após a morte de Delsinho, 52 integrantes do bando do miliciano pediram transferência para uma galeria neutra do presídio Bangu 9, apelidada de seguro.
Todos estavam presos em xadrezes da unidade penal que agrupavam detentos da milicia de Tandera. Com o enfraquecimento do grupo paramilitar e o medo de sofrerem represálias de paramilitares rivais, os ex-integrantes da milícia de Danilo Dias Lima pediram para permanecer em celas isoladas.