SAÚDE

Estresse e doenças cardiovasculares

Em momentos de tensão social como eleições, guerras, ou lutas pessoais, o estresse é necessário, sendo reconhecido como um conjunto de mecanismos de defesa do organismo resultando em alterações físicas e psicológicas que tornam o indivíduo mais forte, mais combativo e apto a se defender. Porém, muitas vezes, seja pela alta frequência em que somos expostos à ameaça em questão ou pelo impacto que ela nos causa, esse estresse passa a ser crônico e então pode trazer graves consequências ao individuo, como a maior ocorrência de infarto agudo do miocárdio, arritmias, hipertensão arterial, derrame cerebral e maiores taxas de mortalidade além de impacto negativo no funcionamento dos demais órgãos e sistemas. Devemos evitar o estresse crônico como importante meta na vida da sociedade moderna.

O estado que era para ser de um alerta esporádico passa a se tornar contínuo, trazendo consequências para a saúde física e mental. Dentre os efeitos mais comuns, observamos o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, e então, o crescimento do risco de infarto e de derrames; diarreia ou constipação; aumento ou diminuição do apetite; ganho ou perda de peso; dor de cabeça; falta de atenção; perda da concentração; insônia; medo; sensação de angústia; dor no peito; aumento dos níveis de açúcar no sangue; alterações na vida sexual, além de maiores taxas de ansiedade, depressão e de isolamento social.

O estresse tem sido cada vez mais reconhecido como um fator de risco potencial para doença cardiovascular. O estresse crônico faz com que o indivíduo tenha piores hábitos de vida, como maiores taxas de sedentarismo, hábitos alimentares inadequados e, também, menor adesão às orientações médicas. Estudos recentes mostram que o estresse crônico aumenta a chance de aterosclerose (obstrução dos vasos sanguíneos por gordura e células inflamatórias) a longo prazo e, na fase aguda, uma reação de estresse intenso pode agudizar uma doença crônica, aumentando as taxas de infarto, derrame e de morte súbita em até 50%. A alta demanda de trabalho, fatores da vida privada como problemas conjugais, dificuldades financeiras e isolamento social aumentam a chance do estresse crônico. Uma pesquisa internacional com 52 países (Interheart) mostrou o dobro de casos de infarto em pessoas com adversidades psicossociais, independente do sexo ou idade.

O estresse crônico já é reconhecido como um problema de saúde pública e deve ser evitado e rapidamente diagnosticado. Na medida em que é possível que cada um de nós identifique o que nos gera desconforto, medo, mal-estar, palpitações e outros sinais e sintomas relacionados, devemos evitar esses fatores e tentar lidar com eles da melhor forma. Se isso não for possível ou for insuficiente, recomendamos a busca por auxílio de médicos, psicólogos e terapeutas.

Tornar o ambiente de trabalho um ambiente amigável, praticar o bem, exercitar-se, alimentar-se adequadamente e adotar uma postura mais saudável para reagir aos fenômenos incontroláveis da vida são essenciais para combatermos o estresse em busca de uma vida com mais qualidade.

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