Formas recentes de tratar o câncer de mama

Os tratamentos podem variar de acordo com os subtipos de câncer e a especificidade de cada caso. A professora do Departamento de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina da UFMG, Cristiana Buzelin, explicou em entrevista para a instituição de ensino que o desenvolvimento de novas drogas permitiu modificar a forma de avaliar e detectar os tumores no organismo. Isso permitiu descobrir, por exemplo, que nas células inflamatórias atingidas pelo câncer existe uma resposta imunológica da própria paciente para tentar combater o tumor.

“Identificaram que o tumor produz substâncias que bloqueiam essas células inflamatórias do sistema imunológico da paciente. Então, a gente já tem drogas que liberam esse sistema imunológico novamente para atacar esse tumor, que são as chamadas imunoterapias”, esclarece a médica especialista em patologia mamária.

Outra novidade para tratar o câncer de mama são os quimioterápicos, uma opção recente para substituir a quimioterapia. O medicamento é direcionado individualmente a cada um dos quatro subtipos moleculares de câncer de mama, promovendo um tratamento menos invasivo e mais efetivo.

Dificuldade no acesso aos tratamentos

No entanto, apenas uma pequena parcela das pacientes no Brasil podem se beneficiar dessas novas possibilidades de tratamento. Isso porque algumas dessas pesquisas e descobertas foram feitas na Europa e nos Estados Unidos, ainda sem aprovação no Brasil.

Por aqui, todo medicamento deve ter a aprovação prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Como não existe uma produção nacional, a aprovação se torna mais demorada a fim de garantir a segurança desses tratamentos.

Além disso, há situações em que o tratamento foi aprovado no Brasil, mas ainda não está disponível no SUS, como é o caso da imunoterapia. Para ter acesso a essa terapêutica, os pacientes precisam recorrer à Justiça.

Prevenção

A prevenção ainda é o melhor caminho para combater o câncer de mama, e ela pode ser feita com mudanças no estilo de vida. Um levantamento do Inca mostrou que 30% dos casos poderiam ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis.

O instituto destaca que a prevenção do câncer de mama se baseia no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores. De acordo com o Inca, as principais maneiras de prevenir a doença são:

Fontes: Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Instituto Nacional do Câncer (Inca).