POLÍTICA

Governadores determinam uso da PM para desobstruir rodovias federais

Os governadores dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná determinaram que a PM atue para liberar as rodovias no país bloqueadas por manifestantes bolsonaristas que protestam contra o resultado das eleições de domingo (30).

Já o governo de Pernambuco afirmou que vem atuando desde ontem em apoio à Policía Rodoviária Federal (PRF) e que as operativas da Polícia Militar estão sendo empregadas nesses trabalhos de garantia do fluxo em rodovias federais.

Nesta terça-feira (1º), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reiterou que as polícias militares dos estados são capazes de desobstruir rodovias federais bloqueadas e identificar, multar e prender os responsáveis.

Normalmente isso cabe a PRF, mas o STF determinou que a PM possui “plenas atribuições constitucionais e legais para atuar” na questão.

Um balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) desta manhã indicava 271 pontos com vias federais obstruídas. Segundo o g1 apurou, por volta de 11h40 havia mais de 440 bloqueios, somando rodovias federais e estaduais, em 24 estados e no Distrito Federal.

Em alguns locais, a PM chegou a usar bomba de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes, como ocorreu em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre.

Veja, abaixo, o que dizem os governos das unidades da federação que já se manifestaram sobre o uso da PM para desobstruir rodovias.

São Paulo

Em uma rede social, Rodrigo Garcia, governador de São Paulo, considerou os bloqueios nas rodovias paulistas inadmissíveis e disse que o MP e a PM foram acionados para que as vias sejam desbloqueadas.

“Bloqueio de estradas é inadmissível. As pessoas têm o direito de ir e vir”, afirmou Rodrigo Garcia, em postagem no Twitter.

 

Rio de Janeiro

O governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) afirmou que deu ordem para que o Batalhão de Choque da Polícia Militar desobstrua as estradas, em apoio à Polícia Rodoviária Federal (PRF).

“É preciso respeitar o resultado das urnas; quem foi vitorioso precisa ter a tranquilidade de reunir forças e trabalhar pelo Brasil”, disse Claudio Castro, governador do Rio.

O governador é do PL, mesmo partido de Jair Bolsonaro.

Minas Gerais

Em Minas, o governador Romeu Zema (Novo) afirmou que a Polícia Militar vai auxiliar na liberação de rodovias estaduais e federais que estão fechadas no estado e disse que solicitou as forças de segurança que tomem as medidas necessárias. No entanto, ele ainda não detalhou quais serão as ações.

“Já solicitei às nossas forças de segurança que tomem as medidas necessárias para desobstruir qualquer via ou estrada que esteja interditada por manifestações. A eleição já acabou e, agora, nós temos que assegurar o direito de todos de ir e vir e também que as mercadorias cheguem onde precisa para não haver desabastecimento. Vamos cumprir a lei”, disse Zema.

Paraná

“A Polícia Militar do Paraná já está cumprindo a decisão do Supremo Tribunal Federal de desbloqueio das rodovias federais, estaduais e dos trechos urbanos. O direito de livre circulação no território nacional é uma garantia do povo brasileiro. É momento de pacificar o Brasil. As eleições de 2022 ocorreram de maneira democrática e a decisão soberana das urnas precisa ser respeitada”, disse o governo do Paraná, em nota.

Rio Grande do Sul

De acordo com o governo do estado, foi montado um gabinete de crise para monitorar os bloqueios. Por meio dele, se definiu que a Brigada Militar (a PM do Rio Grande do Sul) vai usar mil policiais dos Batalhões de Choque para auxiliar a PRF na desobstrução das rodovias federais. Após isso, o trabalho seguirá para as rodovias estaduais. A previsão é que todas as estradas estejam com o tráfego liberado até as 18h.

Pernambuco

Em nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco disse que, “em cumprimento de decisão judicial, está atuando desde ontem em apoio à Polícia Rodoviária Federal, responsável pela fiscalização, segurança pública e garantia do fluxo em rodovias federais”.

“As operativas vinculadas à SDS, a exemplo da Polícia Militar, estão empregadas nos trabalhos. Não há registro, até o momento, de interdições em rodovias estaduais”, complementa a nota.

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