Lula quer civil na Defesa, mas relação delicada com militares trava indicação; veja os cotados
O desejo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de nomear um civil para o Ministério da Defesa, em uma equação que una interlocução com as Forças Armadas e habilidade política para reduzir a participação de militares no governo, tem adiado a definição para a área. Enquanto os outros núcleos da transição já tiveram as nomeações acertadas, oferecendo sinais de como se dará a composição da futura gestão, os grupos de Defesa e Inteligência — que reúne órgãos como o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) — não têm sequer um membro.
O time da transição trabalha para encontrar alternativas que sejam, ao mesmo tempo, alinhadas com o futuro governo e bem recebidas pela caserna, mas Lula dará o aval apenas quando voltar da viagem que fez ao Egito, onde participou da COP27, e a Portugal.
Saiba quem são os cotados para o Ministério da Defesa:
Ricardo Lewandowski
Ministro do STF agrada a Lula, mas integrantes da transição e militares avaliam que sua escolha geraria ruído com a caserna devido às críticas feitas por comandantes das Forças a integrantes da Corte.
Geraldo Alckmin
Na falta de um consenso, o nome do vice-presidente eleito é considerado por ser um bom articulador e ter o respeito dos militares, mas se não desse certo, tirá-loda função seria,no mínimo,uma situação constrangedora.
Aloysio Nunes
Filiado ao PSDB, o ex-ministro das Relações Exteriores, aliado de Alckmin, é uma alternativa debatida nos bastidores, mas seu nome não é consenso entre os petistas.
OUTROS NOMES COGITADOS
Celso Amorim
Conselheiro de Lula para a área, já ocupou o cargo e também foi ministro das Relações Exteriores. É visto com reserva por militares, que avaliam que o ex-chanceler privilegiou a política externa em detrimento dos interesses das Forças Armadas.
Aldo Rebelo
Ocupante do cargo entre 2015 e 2016, sob a gestão de Dilma Rousseff, o pedetista é respeitado entre militares, mas não é próximo ao presidente eleito.
Nelson Jobim
Outro nome lembrado, ele foi membro do STF. Sócio do banco BTG Pactual, ele já afirmou que não pretende deixar o setor privado para voltar a Brasília.