SAÚDE

Dia Mundial do Combate à Aids: 4 milhões de pessoas não sabem que vivem com HIV, diz OMS

Nesta quinta-feira, Dia Mundial do Combate à Aids, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede que líderes globais direcionem esforços para reduzir as desigualdades que impedem o progresso necessário para que a meta de acabar com a síndrome até 2030 seja atingida.

A OMS, destaca que a Aids continua a ser um grande problema de saúde que afeta uma parcela considerável da população mundial. Segundo a organização, por exemplo, 4 milhões de pessoas vivem com o vírus do HIV e não foram diagnosticadas, o que representa mais de 10% do total de 38 milhões de infectados.

Além disso, 5,9 milhões de indivíduos que sabem que vivem com o vírus não recebem o tratamento antiviral adequado, mais de 15% do total. A falta de acesso aos medicamentos é ainda pior entre os mais novos. Seis a cada dez crianças de 5 a 14 anos não utilizam os medicamentos, apontou um novo relatório publicado nesta terça-feira pelo agência da Organização das Nações Unidas para Aids (Unaids).

O tratamento é responsável por manter o vírus sob controle e evitar que a contaminação pelo HIV cause a síndrome da imunodeficiência humana, que é a Aids. Hoje, os remédios conseguem até mesmo levar o vírus a um estágio em que é indetectável e intransmissível.

“Com solidariedade global e liderança ousada, podemos garantir que todos recebam os cuidados de que precisam. O Dia Mundial da AIDS é uma oportunidade para reafirmar e reorientar nosso compromisso compartilhado de acabar com a Aids como uma ameaça à saúde pública até 2030”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em comunicado.

Com apenas oito anos de distância para a meta, a OMS pede que as lideranças mundiais garantam o acesso aos serviços relacionados à prevenção e ao tratamento do HIV especialmente entre aqueles mais em risco de exposição, em maior necessidade de amparo, entre crianças infectadas e entre populações chave e seus parceiros.

“Não se deve negar às pessoas os serviços de HIV, não importa quem sejam ou onde vivam, se quisermos alcançar a saúde para todos. Para acabar com a AIDS , precisamos acabar com as novas infecções entre crianças, acabar com a falta de acesso ao tratamento para elas e acabar com as barreiras estruturais, o estigma e a discriminação contra populações-chave em todos os países o mais rápido possível”, diz Meg Doherty, diretora dos programas de HIV, Hepatite e IST da OMS.

O comunicado ressalta, por exemplo, que 70% das novas infecções por HIV têm sido detectadas em grupos populacionais marginalizados e, muitas vezes, criminalizados.

Além disso, aponta que, enquanto a transmissão do vírus caiu nos últimos 10 anos de um modo geral na África, continente com o maior número de casos, esse declínio não foi significativo entre homens que fazem sexo com outros homens, o que demanda ações direcionadas, sem criar estigmas ou reforçar preconceitos.

A organização menciona ainda a sobreposição da emergência de saúde pública da varíola dos macacos, recentemente renomeada para mpox, com o problema do HIV. Dados da OMS mostram que 52% dos contaminados com o vírus monkeypox são pessoas que vivem com HIV, e que aqueles sem o vírus sob controle estão mais suscetíveis a quadros graves de mpox.

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