Alerj pode criar programa “Óculos Falantes” para deficientes visuais
Proposta da deputada Rosane Felix prevê usar tecnologia inovadora para facilitar a aprendizagem e formação de deficientes visuais
A deputada estadual Rosane Felix (PL) acaba de protocolar um projeto de lei na Alerj para criar o Programa ¨Óculos Falantes¨ para deficientes visuais nas bibliotecas e unidades da rede pública estadual de ensino do Estado do Rio de Janeiro.
O Programa prevê disponibilizar aos deficientes visuais um dispositivo com sensor óptico que, quando adaptado aos óculos, captura a imagem lida e a converte, instantaneamente, em áudio por um pequeno alto-falante localizado acima do ouvido. Já utilizado em outras regiões do país, o dispositivo se conecta a qualquer tipo de armação de óculos. Para ouvir a áudio descrição, basta que o leitor aponte o dedo onde quer que se faça a leitura.
¨Esse recurso tecnológico pode mudar a vida de centenas de deficientes visuais, que passarão a ter mais segurança e independência no processo de aprendizagem. Precisamos utilizar, cada vez mais, a tecnologia para promover a inclusão. Não tenho dúvidas de que esta veio para revolucionar e garantir uma formação mais qualificada para os deficientes visuais¨, ressaltou a deputada. De acordo com o último censo feito pelo IBGE, de 2010, o Brasil reúne cerca de 35,7 milhões de pessoas com deficiência visual.
Segundo o PL 6491/2022, os estudantes, professores e deficientes visuais que tiverem interesse em fazer uso do dispositivo nas dependências das escolas ou das bibliotecas públicas precisarão se inscrever no Programa, que também deverá contemplar escolas profissionais e tecnológicas.
Criado em Israel, em 2015, o dispositivo é capaz de transformar textos de livros ou de qualquer superfície sem necessitar de conexão à internet. Desde o ano passado, estudantes com deficiência visual ou baixa visão de escolas estaduais, municipais e universidades já tiveram acesso à tecnologia nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Amazonas. Em São Paulo, algumas bibliotecas também já receberam a tecnologia.