POLÍTICA

André Lara Resende é convidado a assumir Ministério do Planejamento

O economista André Lara Resende foi convidado pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para assumir o Ministério do Planejamento, segundo auxiliares do petista. Lula pretende anunciar uma série de ministros nesta semana.

Até agora, o ex-governador de Alagoas e senador eleito este ano, Renan Filho (MDB), também vinha sendo cotado para o cargo.

O futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa, já disse que o Ministério do Planejamento vai ficar com a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), além de outras funções. Será criado o Ministério da Gestão, que deve ficar com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), administração dos servidores e serviços digitais.

André Lara Resende participou do grupo de transição da área econômica ao lado de Guilherme Mello, Nelson Barbosa e Persio Arida (que também chegou a ser cotado para um cargo na equipe econômica). Próximo ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, ele declarou voto em Lula ainda no primeiro turno. O nome de Lara Resende agrada ao ministro da Fazenda indicado, Fernando Haddad.

Lara Resende foi membro da diretoria do Banco Central no governo José Sarney, nos anos 1980, e foi parte da equipe econômica do Plano Cruzado. Nos anos 1990, foi um dos fundadores do Banco Matrix no início dos anos 1990, com Luiz Carlos Mendonça de Barros. No governo Itamar Franco, foi negociador da dívida externa brasileira.

No primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, Lara Resende foi assessor econômico da presidência e fez parte da equipe econômica que idealizou e implementou o Plano Real. Em 1998, assumiu a presidência do BNDES, sucedendo Mendonça de Barros.

Nos últimos cinco anos, deu uma guinada em seu pensamento liberal, com críticas à política de juros e à teoria macroeconômica convencional.

Em seu livro “Camisa de Força Ideológica: a Crise da Macroeconomia”, lançado neste ano, ele revê, entre outras coisas, o conceito de moeda. Em um artigo publicado no site do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), o economista afirma que a macroeconomia convencional cria um sistema de governança que restringe o poder do Estado em benefício do capitalismo financeiro, fazendo com que os investimentos no bem-estar da população sejam cada vez menores.

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