Ministério da Saúde não tem estoque de vacinas infantis contra Covid e tenta antecipar compra com a Pfizer
O Ministério da Saúde negocia com a farmacêutica Pfizer a antecipação na entrega de vacinas infantis contra o coronavirus, informou a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, nesta sexta-feira. O acordado é que uma remessa de 3,2 milhões de unidades chegue ao governo federal até o final de janeiro, mas a pasta tenta fazer com que este lote chegue ao país nos próximos dias.
– A a previsão se é chegada até o final de janeiro, segundo a antiga gestão, mas vamos tentar adiantar devido ao atual cenário dos estados. São esperadas 3,2 milhões para o público até 4 anos e pouco mais de 4 milhões para 5 a 11 anos — disse a secretária.
Segundo Maciel, a nova variante detectada do coronavirus tem alta transmissibilidade e preocupa os centros de pesquisa e detecção. Nos últimos dias, municípios de todas as regiões do país relataram trabalhar com baixo estoque. Alguns, como Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte, suspenderam a vacinação de crianças de 6 meses a 4 anos por insuficiência.
O calendário de vacinação também será antecipado devido à variante e ao carnaval. Ainda nesta sexta, a pasta se reuniu com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) para pensar em novas datas e estratégias para animação da cobertura vacinal, que, para o público de mais de 12 anos, é baixa. Um dos pontos da reunião foi tentar identificar o que causa o índice aquém do esperado, já que, segundo Maciel, não há problema de desabastecimento.
– Não temos problemas de desabastecimento, na realidade, temos estoques excessivos para o público adulto. Estamos conversando para restabelecer esses fluxos, que foram interrompidos. Eles serão imediatamente restabelecidos para que possamos ver o que causa o problema.
O esquema vacinal deve continuar o mesmo para adultos: duas doses necessárias e uma de reforço.
Baixa cobertura vacinal
A pasta tenta resolver, com urgência, a baixa cobertura vacinal de Covid-19 entre o público com mais de 12 anos. A secretária afirma que vacina, tem, “e muita”. Mas ela não chega no braço. O foco também é nas pessoas com dose em atraso, mais de 100 milhões da população.
– A cobertura preocupa bastante. A de duas doses não chega nem a 80% – alertou Maciel.
O trabalho para reverter a situação é feito em parceria aos conselhos vinculados à pasta. Diante disso, nessa quarta-feira, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve em reunião com o Conselho Nacional de Saúde (CNS) para articular estratégias para recuperar os altos índices de vacinação.
Ao GLOBO, o presidente do Conselho, Fernando Pigatto, informou que o encontro serviu para dar prosseguimento a campanhas de fortalecimento como o Vacina Mais – uma parceria dos conselhos e do ministério – e para novas propostas, como a “Embaixadores da Vacina”, apresentada pela ministra.
– Vamos intensificar os projetos para recuperar a vacinação. Além disso, há projetos que são frutos do grupo de transição da Saúde e que, agora, estão tendo montagem de equipes. Iremos seguir com agendas junto às secretarias e ao ministério – afirmou.