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Anestesista preso por estupro estava com celular no bolso quando sedou criança e ficou sozinho com ela em hospital

Após ser preso por estupro de vulnerável e investigado por armazenar pornografia infantil, o anestesista Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, pode responder por mais um crime. Em depoimento à polícia, na terça-feira, o pai de uma criança de 1 ano e 10 meses que é paciente oncológico e fazia tratamento no Hospital Quinta D’Or procurou o delegado responsável pelo caso Luiz Henrique Marques da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav). O pai suspeita de que sua filha tenha sido, até agora, a terceira vítima do anestesista.

A criança foi atendida por Andres Eduardo Carrillo em 23 de dezembro de 2022 quando, segundo o pai, estava internada para fazer um exame de ressonância magnética — procedimento que, no quadro dela, exigiria a sedação e a intubação.

Em nota, o Hospital Quinta D’Or esclarece que “o referido médico não faz parte de seus quadros funcionais e que o seu cadastro como médico assistente está suspenso”. E reforçou que uma sindicância foi aberta para apurar “o procedimento e as imagens das câmeras do circuito interno de TV que estão à disposição das autoridades”.

Questionado, o hospital não informou a quanto tempo o anestesista estava trabalhando na unidade e quantas cirurgias e procedimentos teria participado.

‘Conduta duvidosa’

À polícia, o pai da bebê relatou que o exame estava marcado para 22h, no entanto, o anestesista teria ido ao quarto onde a criança estava internada, cerca de 9h antes, às 13h, avisar aos pais que daria início ao “procedimento necessário” apresentando-se como o médico anestesista responsável pelo exame.

À polícia, ele relatou que o exame estava marcado para 22h, no entanto, o anestesista teria ido ao quarto onde a criança estava internada, cerca de 9h antes, às 13h, avisar aos pais que daria início ao “procedimento necessário” apresentando-se como o médico anestesista responsável pelo exame.

A chegada do médico horas antes do exame levantou suspeitas dos pais que questionaram sua conduta, indagando se, de fato, fazia parte do procedimento padrão do hospital.

“Minutos antes do procedimento, o anestesista disse aos pais da menina que eles deveriam sair da sala no momento que a criança fosse anestesiada e que poderiam entrar depois para acompanhar. Ele demorou cerca de 20 a 30 minutos para anestesiar e entubar”, alegou o pai durante o depoimento.

Sem retorno aparente e após receber várias “visitas” do anestesista, a menina foi levada para sala de radiologia somente às 23h usando uma camisola hospitalar. Andres Eduardo, ainda conforme o pai, entrou na sala para fazer o procedimento de sedação, portando um aparelho celular no bolso do jaleco e acompanhado de uma enfermeira que teria saído da sala, em seguida, para pegar equipamentos médicos, deixando o anestesista sozinho com a criança.

“Ao ver o médico que atendeu sua filha sendo preso, ficou com muito medo de algo ter acontecido com ela durança a anestesia”, relatou o pai no depoimento a que o GLOBO teve acesso.

O delegado Henrique Luiz afirmou que um ofício foi encaminhado ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) para apurar se o médico colombiano, preso em Benfica, tinha licença para atuar como anestesista.

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