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Messi coloca título da Copa à prova para fazer valer favoritismo contra Benzema e Mbappé no Fifa ‘The Best’

Todo prêmio que elege o melhor jogador do mundo é cercado de polêmicas. Afinal, são muitos os fatores levados em conta para um jogador ser eleito. Títulos, gols, desempenho regular. Não será diferente no Fifa The Best, que anunciará às 17h de hoje, em Paris, na França (SporTV e ESPN transmitem) o melhor da temporada 2021/2022. Mas um fator em especial pode pesar mais: a Copa do Mundo do Catar. É ela que faz o astro Lionel Messi, da seleção argentina e do PSG, ser considerado o favorito.

Messi disputa o prêmio de melhor do mundo masculino com os franceses Karim Benzema, do Real Madrid, e Kylian Mbappé, do PSG. Para a imprensa internacional, é a premiação mais aberta desde 2006, apesar do favoritismo para o argentino, que tirou o seu país de uma fila de 36 anos sem conquistar uma Copa do Mundo — vencendo a França na decisão. Simbólico, mas algo que não é necessariamente decisivo.

Isso porque foi o próprio Messi quem ajudou a acabar com a teoria de que ser campeão mundial basta para ser eleito o melhor do mundo, o que era quase uma “regra” antes do The Best. Romário (1994), Zidane (1998), Ronaldo (2002) e Cannavaro (2006) venceram a Copa e levaram a premiação mundial da Fifa.

A partir de 2008, Cristiano Ronaldo e Messi passaram a monopolizar a premiação, e vencer a Copa deixou de ser sinônimo de ser eleito o melhor do mundo. Em 2010, a Espanha conquistou o Mundial amparado no grande desempenho de Xavi e Iniesta, que até foram finalistas do Bola de Ouro, mas Messi foi o eleito por suas atuações no Barcelona. Essa edição também gerou polêmica porque, para os críticos, Wesley Sneijder deveria ter ficado com o prêmio por ter faturado a Liga dos Campeões com a Internazionale-ITA e ser finalista na Copa do Mundo da África do Sul.

Quatro anos depois, coube à Alemanha ficar com o título no Mundial do Brasil e o goleiro Manuel Neuer aparecer como grande favorito. O vencedor foi Cristiano Ronaldo, então no Real Madrid, que também faturou a Liga dos Campeões naquele ano.

No ciclo seguinte, a Copa do Mundo da Rússia foi conquistada pela França e Antonie Griezmann apareceu como candidato por aliar seus feitos da seleção com os do Atlético de Madrid. O eleito foi Luka Modric, campeão da Liga dos Campeões com o Real Madrid e que acabou sendo vice-campeão mundial.

Além deste cenário, a atual premiação é considerada a mais aberta por dois fatores: Messi, Mbappé e Benzema têm méritos diferentes para estar na disputa.

O argentino tem a Copa do Mundo como diferencial, algo que era regra até 2006. Mbappé, no entanto, é de longe quem teve os melhores números da temporada. No período de avaliação estipulado pela Fifa (de agosto de 2021 a dezembro de 2022), ele vence em gols marcados (77 contra 56 de Benzema e 45 de Messi), minutos para participar de um gol (65 contra 77 e 80, respectivamente) e mais jogos disputados (83 contra 68 e 74). Individualmente, é quem foi melhor, mas faltaram grandes conquistas.

Isso Benzema tem de sobra. No Real Madrid, teve desempenho melhor que Messi e Mbappé no PSG. Tanto que já foi eleito o melhor do mundo pela France Football. No entanto, a revista francesa não contou a Copa do Mundo para a sua avaliação. Assim, o caminho ficou fácil para o astro, que ajudou o clube espanhol na conquista de mais uma Liga dos Campeões e do Campeonato Espanhol.

Numericamente, não há três grandes candidatos com chances reais de vencer a premiação desde 2006. Naquele ano, tudo indicava que Zinedine Zidane seria o vencedor. Mas a sua expulsão na final da Copa do Mundo ao agredir o zagueiro Materazzi gerou uma espécie de boicote à sua eleição. Então campeão mundial, o zagueiro Fábio Cannavaro ficou com o prêmio.

Além de Zidane e Cannavaro, outros dois nomes favoritos a vencer eram os de Ronaldinho e Thierry Henry. O brasileiro tinha a seu favor a conquista continental com o Barcelona, enquanto o francês possuía números assombrosos na época. Eles ficaram em terceiro e quarto lugar, respectivamente.

Desde então, todas as disputas abraçavam dois grandes nomes ou uma unanimidade. Três, como em 2023, é algo pouco comum de se ver.

Entre as mulheres, o prêmio de melhor do mundo ficará entre Beth Mead (Arsenal), Alex Morgan (San Diego Wave) e Alexia Putellas (Barcelona).

A britânica Mead anotou seis gols e foi artilheira e melhor jogadora da Euro 2022, levando a Inglaterra ao título. A americana Morgan fez 15 gols em 17 jogos pelo seu time e foi campeã da Concacaf 2022 com os EUA. A espanhola Putellas é a atual vencedora do The Best, e levou o Barcelona ao título nacional e à final da Champions.

A cerimônia também premia o melhor goleiro, a melhor goleira, o melhor técnico no futebol masculino, o melhor técnico ou a melhor técnica do futebol feminino e o gol mais bonito no Prêmio Puskás. O Brasil está representado por Richarlison, que concorre com o gol de voleio marcado diante da Sérvia, na Copa do Mundo de 2022. Os concorrentes são Dimitri Payet e Marcin Oleksy.

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