Prévia do PIB registra alta de 3,32% em fevereiro de 2023, maior avanço desde junho de 2020
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), considerado uma prévia do PIB, registrou alta de 3,32% em fevereiro de 2023, em relação ao primeiro mês do ano. Os dados foram divulgados pela autoridade monetária nesta sexta-feira.
É o maior crescimento desde junho de 2020, quando o índice avançou 4,85% na comparação com o mês anterior. Naquela ocasião, a paralisação de indústrias em maio por causa da pandemia da Covid-19 influenciou o resultado de junho.
Os números também vieram bem acima das projeções do mercado, que eram de um crescimento de só 1% em fevereiro. O crescimento foi puxado pelo agronegócio e pelo setor de serviços. Também nesta sexta-feira, o Bradesco informou que revisou sua projeção para o PIB deste ano, de 1,5% para 1,8%, citando justamente a agropecuária e uma surpresa positiva no consumo das famílias.
— Os números de março deste ano trazem ânimo para os economistas que acreditam que o PIB de 2023 pode ser maior que 1%. Temos um grande peso do agronegócio, a safra veio muito boa e as exportações estão aumentando. É um setor que deve continuar puxando o Brasil. O setor de serviços também está aquecido, gerando mais empregos — aponta Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos.
A economia brasileira gerou 195,1 mil postos de trabalho com carteira assinada em março, um aumento de 97,6% em relação ao mesmo mês de 2022. Desse total, 122,3 mil postos de trabalho foram para o setor de serviços.
Tendência
Com exceção de dezembro do ano passado, de agosto de 2022 a janeiro de 2023 só houve queda na atividade econômica, conforme o índice levantado pelo Banco Central.
O indicador é “dessazonalizado”, ou seja, não considera efeitos de curto prazo. Sem ajuste sazonal, no acumulado do primeiro bimestre deste ano o IBC-Br avançou 2,87%. Em 12 meses até fevereiro apresentou crescimento de 3,08%.
Na comparação com fevereiro de 2022, o indicador do nível de atividade registrou crescimento de 2,76%.
O aumento da atividade econômica em fevereiro, no indicador do BC, ocorreu apesar dos impactos da política monetária restritiva, com condições de crédito mais apertadas, bem como endividamento elevado no Brasil.