CULTURA E EDUCAÇÃO

MinC destinará R$ 30 milhões para modernização de prédio anexo da Biblioteca Nacional

O Ministério da Cultura (MinC) destinará R$ 30 milhões para obras de modernização no prédio anexo da Biblioteca Nacional. O anúncio foi feito pela ministra Margareth Menezes, em conversa com jornalistas após a solenidade de posse de Marco Lucchesi na presidência da instituição na tarde desta terça-feira, 30.

Localizado Av. Rodrigues Alves, o prédio anexo da Bn abriga a coleção de periódicos, entre outras 10 milhões de obras do acervo da instituição, que recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano. Estão previstas as instalações de sistemas prediais de climatização, automação, segurança e combate a incêndios. O investimento será realizado ainda este ano.

— Essa memória é importante para nós que estamos no momento de reconstrução da democracia – disse a ministra.

A ministra também anunciou a criação de uma nova categoria dentro do Prêmio Literário Biblioteca Nacional, o Prêmio Akuli. O edital, que será lançado em junho com premiação de R$ 30 mil para o vencedor, promoverá a “fixação das histórias orais” dentro do espectro dos cantos ancestrais e narrativas da oralidade, recolhidas no Brasil, entre povos originários, ribeirinhos e de matrizes culturais.

À frente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) desde fevereiro deste ano, o escritor, poeta, crítico e tradutor Marco Lucchesi tomou posse oficialmente como presidente da instituição em solenidade nesta terça-feira, 30.

Restrita a convidados, o evento contou com a presença da ministra da cultura Margaret Menezes, o ex-ministro da cultura Gilberto Gil, o presidente da Academia Brasileira de Letras Merval Pereira e o secretário de cultura do Rio de Janeiro Marcelo Calero. E foi marcado por críticas à gestao cultural do governo anterior.

Lucchesi assumiu a Bn após quatro anos de gestão bolsonarista. Os seus dois antecessores, Luiz Ramiro Júnior e Rafael Nogueira, eram olavistas – o primeiro chegou a citar Olavo de Carvalho em seu discurso de posse. No ano passado, sob Ramiro, a Bn homenageou o deputado Daniel Silveira com a Ordem do Mérito do Livro, entre outros bolsonaristas. Em protesto, Lucchesi, que também seria homenageado, recusou a medalha.

Agora, em seu primeiro discurso como presidente, Lucchesi defendeu o caráter republicano da instituição, que definiu como “sexta maior cidade de livros do planeta” e “um dos mais belos ecossistemas do brasil”. Também propôs um “pacto pelo futuro” da cultura brasileira.

— A Biblioteca não é órgão de governo, mas de Estado – disse o novo presidente. — Usa o plural, não se apequena em partes ou fração. Não é trincheira ideológica, nem deve promover a parte contra o todo. Seu estatuto é a acolhida.

Margareth Menezes homenageou aos servidores da Biblioteca Nacional e fez referência aos conflitos entre funcionários e as duas gestões bolsonaristas.

— A Biblioteca Nacional resistiu bravamente quando postulavam a troca de livros por armas e que a nossa história e esse acervo de 10 milhões de exemplares, de verdadeiras joias culturais para a humanidade sobreviveram a negligência e descaso — enfatizou a ministra em seu discurso.

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