CULTURA E EDUCAÇÃOÉ NOTÍCIA

Mostra no MAR destaca diversidade em 200 fotos de Pierre Verger, feitas em mais de 20 países

Embora o elemento humano sempre tenha estado presente na obra de Pierre Verger (1902-1996), o fotógrafo e etnógrafo francês que chegou a Salvador (BA) nos anos 1940 não organizou nenhum livro ou exposição dedicados exclusivamente ao retrato. Com uma produção que ficou marcada pelo registro das tradições afro-brasileiras e suas raízes no continente africano, ele tem cerca de 200 retratos, clicados em cinco continentes, na exposição “Todos iguais, todos diferentes?”, recém-inaugurada no Museu de Arte do Rio (MAR).

Exibida em 2019 no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo, a mostra chega finalmente ao Rio, após atraso provocado pela pandemia, destacando a tentativa de Verger de registrar a diversidade humana e cultural em viagens por mais de 20 países, entre os anos 1930 e 1970.

— Verger fez muitos retratos, mas não os separava dos outros tipos de fotos. Pesquisando no acervo, chegamos a umas três mil, quatro mil imagens. Ele até tinha uma ideia de juntar estes retratos para fazer algo, mas não chegou a realizar — comenta Alex Baradel, responsável pelo acervo fotográfico da Fundação Pierre Verger. — Muita gente vê estas imagens como registros etnográficos, mas a nossa seleção parte mais de um olhar poético do que um recorte antropológico. Até pelo formato que escolhemos para parte das fotos, de um metro quadrado, com os rostos muito maiores do que estamos acostumados. Assim, parecem que os retratados olham os espectadores, e não o contrário.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *